sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O LOUCO


         A força do lobby engole a informação. Há feiras, eventos, campanhas publicitárias, festivais de jargões que o povo gosta de ouvir. A mesma lógica que faz com que hajam pessoas empregadas para vagar pela internet e varrer os dados com promessas, subsídios e distorções, é aquela que faz cidades pequenas ganharem políticos simpáticos a grandes transações.

         A banalização do debate acarreta no esvaziamento da questão. O valor nutricional da informação deveria vir escrito no rótulo. Mas as dimensões das grandezas nos assuntos induzem a uma ficção científica espontânea. É preciso engrossar o debate. Já é tempo de fazer da crise uma boa oportunidade.



“PERGUNTAIS-ME como me tornei louco. Aconteceu assim: Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas - as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas - e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando: "Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"

Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.

E, quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: "É um louco!" Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua. Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: "Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!"

Assim me tornei louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.” Gibran Khalil Gibran

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