A
força do lobby engole a informação. Há feiras, eventos, campanhas
publicitárias, festivais de jargões que o povo gosta de ouvir. A mesma lógica
que faz com que hajam pessoas empregadas para vagar pela internet e varrer os
dados com promessas, subsídios e distorções, é aquela que faz cidades pequenas
ganharem políticos simpáticos a grandes transações.

A
banalização do debate acarreta no esvaziamento da questão. O valor nutricional
da informação deveria vir escrito no rótulo. Mas as dimensões das grandezas nos
assuntos induzem a uma ficção científica espontânea. É preciso engrossar o
debate. Já é tempo de fazer da crise uma boa oportunidade.
“PERGUNTAIS-ME como me tornei louco. Aconteceu
assim: Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de
um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas - as
sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas - e corri sem
máscara pelas ruas cheias de gente, gritando: "Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"
Homens e
mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E, quando
cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou:
"É um louco!" Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira
vez minha face nua. Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha
alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como
num transe, gritei: "Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas
máscaras!"
Assim me tornei
louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade
da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende
escraviza alguma coisa em nós.” Gibran
Khalil Gibran
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