Related Posts with Thumbnails

Cúpula dos Povos - Unificação dos Movimentos Antinucleares - Wu Min-Hsua...

0

Posted in ,

Read More

Fraturas emocionais e sociais do desastre de Fukushima

0

Posted in ,


Os efeitos do acidente nuclear de Fukushima ainda não podem ser sentidos na pele das vítimas. Contudo, Takako Shishido é uma das tantas vítimas que sofre as fraturas emocionais e sociais do desastre. Habitante de região próxima à usina, sua cidade foi destruída pelas ondas gigantes, mas o Japão não a considerou área de radiação. Ela ficou com medo e fugiu para o sul do país. Acabou esquecida pelo governo e por quem decidiu reconstruir sua vida no local.
Reatores da usina japonesa explodiram depois do tsunami de março do ano passado espalhando uma nuvem de radiação na região. "O governo diz que não há perigo na região onde vivia, mas entre os cientistas não há consenso. Pode ser que fisicamente os efeitos da radiação demorem a aparecer, mas a minha vida e a de muitas pessoas foi alterada radicalmente para sempre. A explosão já acabou com o relacionamento entre as pessoas que viviam na região", contou ao Terra.
Shishido está na Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, para contar os efeitos exclusivos que ela e milhares de pessoas sofreram depois do dia 11 de março, quando a próspera região norte do país sentiu o abalo da explosão da usina nuclear. Depois que saiu de uma cidade próxima a Fukushima - conta que nadava na mesma praia das ondas gigantes e enxergava a usina da própria casa -, não é perdoada por antigos amigos.
"Simplesmente não posso mais voltar para minha terra natal. Mesmo que já não houvesse mais radiação lá, meus amigos não recebem a mim nem ao meu filho porque nós fugimos. Minha vida pessoal foi destruída", disse, visivelmente emocionada. Shishido conta que há muitas outras pessoas na mesma situação. Uma decisão tomada no calor de eventos traumáticos e repentinos jamais poderá ser revertida.
Habitantes das cidades oficialmente atingidas pela radiação receberam indenização do governo japonês. Mas outros municípios que ficam no caminho do vento e onde os medidores de radiação variam ao informar se há problema ficaram de fora da ajuda. Shishido saiu do local porque não tinha condições financeiras de reconstruir sua casa.
Agora parte da usina está sendo reativada pelo governo japonês e a ameaça de um novo acidente persiste. "Como cidadã japonesa, me sinto envergonhada. Não gostaria que ninguém passasse pela situação que estou passando. Perdi meus amigos e vou ficar insegura em relação a minha saúde pela vida toda."

Read More

A Cronologia dos Fatos – Lixo Radioativo

0

Posted in ,


Após o fim do processo de descontaminação ainda existiam problemas a serem resolvidos em decorrência do acidente radioativo, um deles era o que fazer com o lixo produzido. Os focos de contaminação e os rejeitos radioativos estavam em áreas urbanas e o Conselho Estadual do Meio Ambiente (CEMAm) proibiu a permanência desse lixo no perímetro urbano mesmo que provisoriamente. Era preciso transferir o lixo para um local longe de núcleos populacionais, do trânsito e dos mananciais de água. O presidente da CNEN sugeriu que o lixo ficasse armazenado em uma área isolada no estado de Goiás e depois fosse levado para a área militar da Serra do Cachimbo. A proposta não teve sucesso, pois o maior problema enfrentado na escolha do local foi a não aceitação do lixo radioativo pelos habitantes. (PEREIRA, 2005)
A história registra que vários moradores de Goiânia protestaram inconformados por terem que abrigar toneladas de lixo radioativo, pois a cidade não tinha usinas nucleares e não era responsável pela geração de rejeitos radioativos. Por outro lado, governos de outros estados também se pronunciaram, decretando a proibição da entrada de lixo radioativo em seus territórios. Resumindo, Goiás teve que ficar com seu próprio lixo atômico; diante dessa situação, autoridades do governo indicaram uma área pertencente à Companhia de Pavimentação do Município de Goiânia, localizada à margem da BR-060. Porém, quando a notícia chegou aos moradores da região, um povoado chamado Abadia de Goiás, uma nova revolta foi deflagrada, inclusive com a tentativa de interdição da estrada que dava acesso ao local escolhido como depósito provisório. Entretanto, o protesto fracassou e o lixo radioativo acabou mesmo sendo depositado em Abadia. (PEREIRA, 2005)
Ao terminarem os trabalhos de transporte dos rejeitos, iniciaram-se os estudos para a escolha do depósito definitivo. Vários locais foram sugeridos, até que a opção recaiu sobre uma área localizada a 400 m a oeste do depósito provisório, distante cerca de 2,5km de Abadia de Goiás. A proposta inicial do governo era de manter o lixo no depósito provisório por um curto período de tempo, no entanto, todos os recipientes contendo rejeitos radioativos decorrentes do acidente em Goiânia acabaram ficando armazenados lá, a céu aberto, durante dez anos. (PEREIRA, 2005)
Em 1997, foi inaugurado o depósito definitivo, em cuja área foi implantado o Parque Estadual de Abadia de Goiás, que mais tarde se tornou o Parque Estadual Telma Ortegal. Trata-se de uma área de preservação ambiental que está submetida ao controle de normas de preservação do meio ambiente pelo IBAMA, CNEN e CEMAm. No local também foi criado, numa parceria entre a CNEN e o Governo do Estado de Goiás, um complexo de prédios que integram o Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro Oeste (CRCN-CO) que tem como objetivo cuidar e monitorar o depósito definitivo. (CENTRO REGIONAL DE CIÊNCIAS NUCLEARES DO CENTRO OESTE, 2008; PEREIRA, 2005)
No Parque Estadual Telma Ortegal estão o Depósito Definitivo I  que abriga os rejeitos considerados efetivamente radioativos, como a fonte principal, por exemplo, e, o Depósito Definitivo II, que abriga o lixo cuja concentração radioativa é baixa. Sendo 30 anos o período de meia-vida do césio-137, o lixo radioativo permanecerá no depósito definitivo por pelo menos 180 anos. Nestes dois morros está enterrado o passado de centenas de pessoas. (CENTRO REGIONAL DE CIÊNCIAS NUCLEARES DO CENTRO OESTE, 2008; PEREIRA, 2005)
Read More

A Cronologia dos Fatos – Morte Psicológica e Morte Social

0

Posted in ,


Além da morte física, a morte psicológica também atingiu as vítimas.
Pessoas com depressão fizeram e ainda fazem parte do cenário pós-acidente. Devair Alves Ferreira, o dono do ferro velho, por exemplo, depois do ocorrido, tornou-se alcoólatra e morreu sete anos depois, constatando-se como causa de sua morte, uma parada cardiorrespiratória, insuficiência hepática e metamorfose gordurosa. Ivo Alves Ferreira, pai da menina Leide, também foi levado à morte pela depressão, como seu próprio irmão Odesson afirma: “O Ivo faleceu, segundo o atestado de óbito, por enfisema pulmonar, porém, as pessoas não sabem que o Ivo foi levado a fumar seis maços de cigarro por causa da depressão [...]”. (REDE GLOBO, 2007)
Devair e Ivo foram apenas dois casos registrados, dentre vários casos de depressão que ocorreram com as vítimas do césio-137.

O sofrimento vivido pelas vítimas por perderem pessoas queridas e por terem de passar por um processo difícil e cansativo de descontaminação jamais poderá ser medido. Apesar de se salvarem da morte, isto não foi suficiente para fazer com que a vida voltasse à normalidade, pois as vítimas ainda tiveram de enfrentar a dor de verem grande parte do patrimônio e do registro de suas vidas se transformarem em lixo radioativo, sem falar do preconceito que tiveram de enfrentar, vindo de todos os lados. (REDE GLOBO, 2007)
O preconceito foi tão intenso que no enterro da menina Leide e de sua tia, Maria Gabriela, os moradores da cidade protestaram com fúria. Gritos, arremessos de pedras, pedaços de objetos, pedidos inconstantes para que aquelas vítimas não fossem enterradas no Cemitério Parque, foi o que se assistiu nesse episódio. A mãe da menina, Lourdes, só conseguiu se aproximar do caixão de sua filha porque estava acompanhada da mulher do governador do Estado. (REDE GLOBO, 2007)
Pessoas advindas de Goiânia não conseguiram desembarcar em alguns aeroportos do país, foram rejeitadas em inúmeros hotéis e a economia goiana sofreu uma grave crise, já que Goiás não conseguia vender os produtos fabricados no Estado. (REDE GLOBO, 2007) 
Read More

TRANSPARÊNCIA

0

Posted in



Rio de Janeiro, 22 de Março de 2012
Alguns me perguntam porque tamanha importância para a transparência nas relações? Eu consigo entender que algumas realidades precisam de um tempo a mais para preparar os cidadãos e evitar o pânico. Isso apenas não justifica o desastre de Chernobyl ser negado por dois dias.
Os policiais de Goiânia, um ano depois, enfrentaram no Brasil um acidente radioativo como um vazamento de gás. A exceção virou regra quando o assunto se tornou nuclear.
Esse jogo de meias verdades fica evidente quando um país passa a incrementar seu programa nuclear. Se propagam matérias dizendo dos benefícios da energia limpa do futuro, dos perigos da bomba, dos seletos países membros.
A transparência nas relações e processos são a base do tripé da .sociedade. O nuclear é a permissão para mentir, para esconder, e é assim por lei. Vocês concordam com estas leis?
Read More