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DIMENSÕES

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Rio de Janeiro, 04 de Janeiro de 2012

Já reparam nas grandezas que usamos quando o tema é nuclear? Falamos em decisões da humanidade, falamos na divisão do átomo, falamos da contaminação da água e alimentos do planeta, falamos em industrias milionárias. As tensões entre o poder, o dinheiro e a sobrevivência, costumam ser explosivas.

Convivemos entre mães de família que optam por tirar de sua boca para dar aos filhos, mas nossa politica de desenvolvimento faz o contrário. Estamos dizimando a abundância de recursos e soluções nos esquecendo de que o amanhã sempre chega.

A Europa já avisou que não conseguiria suportar outro acidente como o ocorrido em Chernobyl. Há, claro, alguns cínicos que agradecem a área contaminada argumentando se tratar hoje de parque ambiental. Ante as dimensões devastadoras do poder destrutivo da radiação, toda e qualquer população se sente frágil e desprotegida, de fato estão.
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Pesquisa confirma danos causados pela exploração de urânio na Bahia

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por: ZoraideVilasboas

A série de apresentações do “Relatório da Missão Caetité: Violações de Direitos Humanos no Ciclo do Nuclear”, que expõe os danos causados pela exploração de urânio na Bahia, começou em Salvador, prosseguiu em Caetité, município situado a 750 Km da capital baiana, e culminou em Vitória da Conquista, onde novo estudo também evidenciou a gravidade dos prejuízos denunciados pela Plataforma Dhesca Brasil (Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais), autora da Missão Caetité.

O relatório foi apresentado em Salvador, no Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, pela socióloga da PUC-SP, Marijane Lisboa, relatora do Direito Humano ao Meio Ambiente da Plataforma Dhesca, como atividade do projeto “Geografando nas Sextas: o Campo Baiano em Debate”. Pesquisadores, estudantes, docentes e ambientalistas debateram os prejuízos causados à saúde de trabalhadores, da população, ao meio ambiente e à economia local pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB) que, desde 2000, produz em Caetité o concentrado de urânio, principal matéria prima do fabrico do combustível para as usinas atômicas de Angra 1 e 2 (RJ).Durante o evento, o setor nuclear brasileiro foi criticado, principalmente pelo desrespeito a direitos fundamentais, que caracteriza a atuação da empresa na Bahia, onde prevalece a desinformação da população sobre os riscos à saúde, associados à contaminação radioativa. Na controvérsia sobre a política nuclear, a maioria dos presentes se posicionou contra a exploração da tecnologia nuclear para fins de produção de energia elétrica e pelo fim do Programa Nuclear Brasileiro. O relatório Dhesca sustenta que todos os programas nucleares, apesar de declarados pacíficos, são biombos para programa nuclear militar e, como nos demais países, o programa do Brasil nasceu na caserna. Portanto, “considerando todos os riscos envolvidos, desde a mineração e o processamento de urânio na Bahia, até a insegurança das usinas, o governo deve abrir um amplo debate com a sociedade para decidir se deve insistir com o Programa Nuclear Brasileiro”, disse Marijane.

Em Caetité, a apresentação do relatório finalizou as atividades do Novembro Amarelo, promovido por entidades e movimentos sociais, com o fim de chamar a atenção da sociedade para os principais problemas sócio ambientais que vem afetando a região. Em ato público, populares, trabalhadores e estudantes marcharam do Cemitério à praça da Catedral, onde mais uma vez, houve críticas ao descaso da empresa e à falta de transparência da empresa. O presidente do Sindicato de Mineradores (Sindmine) José Santana declarou: “se não abrirmos os olhos para a INB, ela fechará os nossos. Não para dormir. Mas, para o sono eterno”. Em debate, na Rádio Educadora, Marijane ressaltou a importância do trabalho da Plataforma, que atua com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e cumpre importante papel no monitoramento, mediação e promoção de Direitos Humanos no Brasil.

Ameaça de contaminação

O relatório da Missão Caetité foi divulgado durante o Seminário Regional em Saúde do Trabalhador, promovido pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Vitória da Conquista, onde a antropóloga Cláudia d’Arede apresentou o resultado parcial da investigação sobre “Percepções de risco relacionadas á exploração do urânio em Caetité e Lagoa Real”. O estudo demonstrou a falta de confiança de comunitários e trabalhadores nas informações prestadas pela INB sobre o risco de contaminação da mineração.

Segundo a pesquisa, os moradores apontam a falta de água nas nascentes, o aumento dos casos de câncer na população, de tumores nos animais e a desvalorização da terra como principais consequências da exploração do urânio. Já os trabalhadores consideram o treinamento em radioproteção insuficiente e apontam a ameaça de contaminação por radiação, como principal motivo de insegurança. Para eles, o maior risco sofrido no meio ambiente do trabalho ocorreu em maio deste ano, num episódio que ficou conhecido nacionalmente, quando uma revolta popular tentou impedir a entrada em Caetité de uma carga de material radioativo. O concentrado de urânio estava em tambores lacrados há 30 anos na Marinha, em São Paulo. Os trabalhadores da INB foram obrigados a trocar o produto para novos tambores, de forma improvisada e precária, sem a segurança necessária para quem trabalha com material radioativo. Eles consideram esta exposição à radiação como o maior risco de contaminação que sofreram, pois não foram treinados para a função.

Nos três eventos (25 a 28/11/11) trabalhadores e moradores vizinhos da mina criticaram a incompetência e irresponsabilidade dos dirigentes da INB. Em depoimentos contundentes, a presidenta da Associação da Comunidade de Riacho da Vaca Elenilde Cardoso, o Padre Osvaldino Barbosa, e o diretor do Sindmine, Francelino Cabeleiro, ressaltaram os problemas que enfrentam, exigindo urgente intervenção dos poderes públicos, em especial das áreas de saúde e trabalho. Declararam medo da água contaminada e do aumento de mortes por câncer. Revelaram que a água, controlada e consumida em grande quantidade pela INB, secou os poços na região, prejudicando aqueles que praticavam a agropecuária, e que vivem hoje de aposentadorias e benefícios sociais, porque sua vida econômica praticamente acabou. Afirmaram que enfrentam fatores de alto risco, desde respirar poeira radioativa, gás radônio, até tomar água contaminada, e que, apesar da empresa não dialogar com a sociedade, vão continuar buscando esclarecimentos e exigindo respeito aos seus direitos.

As duas pesquisas trazem recomendações importantes para os órgãos competentes buscarem resolver os problemas que afligem populações de Caetité, Lagoa Real e Livramento. Entre as principais recomendações da Dhesca Brasil estão: a) análise das águas por dois laboratórios (um credenciado pela CNEN e outro, independente, do exterior), a fim de comparar os resultados e tirar a dúvida sobre a contaminação; b) que os Ministérios da Ciência e Tecnologia, da Saúde e do Trabalho formem, de imediato, um grupo de especialistas de órgãos públicos, universidades federais e centros de pesquisa para elaborar um Plano de Monitoramento, Vigilância e Atenção à Saúde dos Trabalhadores e dos Moradores do entorno da mina e c) que seja feita uma auditoria independente e multidisciplinar para averiguar todos os aspectos referentes ao funcionamento da INB em Caetité.
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Queremos Saber

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“queremos saber,

queremos viver,

confiantes no futuro,

por isso se faz necessário,

prever qual o itinerário da ilusão,

a ilusão do poder...”



Vamos começar pontuando que ninguém se informa quando a barriga ronca. Portanto, que cresça a responsabilidade dos alimentados. Mas quem não come precisa saber, precisa participar, precisa antes comer. A imagem bonita de ser pescador para não ter que querer receber peixes, se sai por sala de espera de uma nova massa: a margem de manobra.



“(...)queremos saber,

quando vamos ter,

raio laser mais barato(...)”



Some os fatores efervescentes de uma economia instável, a pressa e o lobby permeando os meios de comunicação. Assim se propagam tais alienações.



“...Pois se foi permitido ao homem,


Tantas coisas conhecer,


É melhor que todos saibam


O que pode acontecer.”



A trajetória dos projetos nucleares, quando acompanhada de perto, revela o quanto desconhecemos de nossas diretrizes primordiais. Nossas leis e políticas mostram que a ditadura mudou.
















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COCA-COLA

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O ponto mais preocupante de transformar as vítimas em acusados da tragédia com o Césio 137 é a perda dos pesos e das medidas. Há um detalhe na história que eu gosto de citar: A Coca-Cola.

Parece que Maria Gabriela suspeitou quando todos na família começaram a passar mal. Ela relacionou um fato presente marcante, na feijoada de final de semana todos haviam bebido da Coca-Cola, até quem não era muito chegado. Todos passavam mal.

Na sexta feira ela deixou o resto do refrigerante na sede da vigilância sanitária. Na segunda feira ela voltou com a cápsula contendo Césio 137 e disse: “é isso aqui que está matando o meu povo”. Aquele que não conhece os riscos e efeitos da radiação, comete gafes imprescindíveis para sua segurança. Maria Gabriela foi a segunda vítima fatal da tragédia.

Quero chamar a atenção para o mesmo mecanismo que fez com que o corpo de bombeiros da cidade pensasse em jogar a cápsula em um rio da região. A tragédia atingiria dimensões inimagináveis.

Espanto maior são as entidades competentes que deveriam fiscalizar tais fontes, seus usos e manutenções, falharem ao ponto de um equipamento de radioterapia ficar abandonado no centro de uma cidade grande por mais de quatro meses.

Passaram 25 anos desde aquela época. O que aprendemos com isso? Como funcionam hoje os órgãos que fiscalizam esta área? Ao constatar as respostas destas perguntas, fica claro que a mudança de discurso sobre o papel das vítimas na tragédia. Veremos que a versão mais difundida desculpa e alivia os furos de nossos projetos nucleares.

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AS MULTIDÕES

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Rio de Janeiro, 03 de Janeiro de 2012

Passar a virada do ano em Copacabana é de fato um desafio. O mar de gente que toma a orla e as ruas da praia não deixam dúvidas de que algo em nossa civilização vai mal. Saber que essa cidade maravilhosa, recebendo multidões muito além da capacidade de hospedar, tem no estado 70% do fornecimento de energia sendo de energia nuclear, piora.

A poderosa histeria coletiva, essa que tem o poder de transformar grandes festas em perigosos pesadelos, é um tempero amargo no caso de qualquer acidente nuclear. Sejamos positivos, sendo essa uma indústria que cresce por duas vias: as pesquisas e os acidentes, uma tragédia em Angra poderia quem sabe, ser encarada com euforia.

Se voltarmos no tempo, até o dia 5 de Outubro de 1987, veremos que ante um risco nuclear, o invisível ganha as proporções de nossas fantasias. Os cinco sensores que a natureza nos deu para perceber a vida, não são capazes de detectar a radiação no ambiente. Quem garante que uma tragédia nuclear não esteja acontecendo agora mesmo?

Por isso festas como o réveillon em Copacabana me assustam. Tantas foram as dificuldades de ordenar o compasso da população, quanto a precariedade das rotas para chegada e saída da festa. Imagino que se somos bárbaros e mesquinhos desta forma quando o dia é de festa e comunhão, quem dirá o que pode passar quando dias mais terríveis se dão?

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