Posted in Goiânia (GO) - Césio 137 , Notícias
“A justiça me decepciona”
“A justiça deste país só atende a interesses dos poderosos”. Esta frase já ouvi centenas de vezes, mas pensava que fosse apenas desabafos de alguma minoria sem razão, mas uma coisa é ouvir, outra coisa é fazer parte destes injustiçados que nem sempre é minoria.
A CNEN é tão eficiente na escolha de seus defensores que consegue fazer um procurador da União bater palmas e encher de elogios uma pessoa que se diz o banbanban da física, eu fiquei muito preocupado com o que vi na última reunião do “Grupo Trabalho”, grupo este que engole sem nenhuma restrição o que as frases ditatoriais do Dr. Valverde determinam, ele é tão eloqüente que consegue desdizer o que vários cientistas de todo mundo disseram, inclusive ele que disse há oito anos “ “não há faixa de segurança da irradiação H. J. Muller”, a sua verdade é tão “cristalina” que por vezes duvidei do meu envolvimento no acidente com o Césio 137.
Os juízes julgam os processos de radioacidentados que reivindicam pensões e assistência como se estivessem julgando um roubo de galinhas, ou uma ação de despejo que só o mais fraco é quem perde. Os deputados e senadores pensando nos votos que provavelmente lhes renderão, fazem Leis sem nenhum escrúpulo, “neste instante está passando no congresso mais uma destas Leis politiqueiras”, Leis que contemplam apenas uma pequena faixa e ainda, alguns que nem estiveram no evento, e deixa de fora os necessitados e vitimados reais do acidente, principalmente se estes não forem servidores do estado.
Aquele que já foi considerado o maior acidente radiológico do mundo, hoje se transformou num mero envolvimento de pessoas com césio. O que é césio? As várias doenças que poderiam ser desencadeadas a partir do contato com césio não passam de fantasia, há, radiação existe em todo lugar, câncer dá em todo mundo, o cigarro, a carne vermelha, o sol, as praias deste País tropical, a luz fluorescente enfim tudo pode desenvolver o câncer, menos o acidente de Goiânia, esta é a falácia de pessoas que hoje só tem compromisso o governo, e não com a vida.
Dizem que “a justiça é cega”, neste caso eu diria que a justiça usa um olho, olho de interesses dos governantes. Valha – me Deus.
CARTA DE REPÚDIO
Goiânia, 25 de agosto de 2005
Prezado Diretor
Em setembro de 1987 dois rapazes que estavam catadores de sucatas encontraram nos escombros de uma clínica radiológica, um aparelho que outrora era usado na quimioterapia, em tratamento principalmente do câncer. Por ser um material altamente radioativo, (Césio 137) possuía uma estrutura de metal e chumbo, daí o motivo pelo qual se interessaram a vendê-lo em um comercio de materiais recicláveis. Já há alguns anos aquele objeto fora abandonado pelos proprietários, que ao mudarem de endereço o abandonaram no local.
Ocorre senhor, que, em 24 de agosto último por ocasião do lançamento do Fórum Permanente de Prevenção e Controle de Acidentes Radiológicos e Nucleares (FOCAR). Onde a imprensa atendendo ao nosso chamamento para a devida cobertura, diga-se de passagem, a imprensa nacional sempre nos deu apoio, todas as vezes que a buscamos fomos atendidos.
A Record Goiás cumprindo seu papel também estava lá, o programa Goiânia Urgente que vai ao ar de segunda a sábado, fez a cobertura sem ferir e sem fugir à ética que o bom jornalismo requer, porém, às 19 horas do mesmo dia o programa Informe Goiás feriu e maculou esta Rede de Televisão que considero ser, senão a maior, com certeza não perde em nada para as outras.
O que ocorre é que o Âncora do programa foi anti-ético e muito infeliz ao comentar o acidente com o césio 137 que ocorreu a 18 anos. Depois de informar o lançamento do FOCAR, o Sr. Paulo Berings comentou sobre as ações movidas pelo Ministério Público Federal contra, CNEN, IPASGO, Estado de Goiás e os médicos donos da Clínica de Radiologia, no fechamento da matéria o Âncora disse, “que me perdoem, mas as pessoas que hoje se dizem vítimas eram ladrões”.
O acidente que aconteceu em 13 de setembro de 1987, foi investigado exaustivamente pela Polícia Federal a qual chegou a conclusão que não houve roubo, mas sim um abandono e descuido dos PROPRIETÁRIOS, CNEN, GOVERNO DE GOIÀS E IPASGO. Porém o jornalista não respeitando o laudo e determinação da polícia usou de adjetivos nocivos, desrespeitosos e que ferem a honra e a dignidade de um grupo de pessoas que não deve absolutamente nada à justiça, portanto, não eram e não são ladrões,
Odesson Alves Ferreira
Presidente da AVCésio
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