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A Cronologia dos Fatos – Início do processo de descontaminação

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Sobre o tapete colocado à sombra de duas mangueiras, mostradas na Figura 18, foi derramada uma pequena porção de césio-137 com atividade de centenas de curies. (FERRAZ, 1988, p. 29-32)
Comprovado o acidente nuclear, cinco residências da Rua 57 foram
isoladas. O tapete foi retirado e embora não houvesse mais a circulação de pessoas, os animais permaneciam no local, o solo continuava desprotegido e o vento espalhava o pó radioativo, sendo que as folhas das mangueiras  também já estavam contaminadas. Já se sabia que, atraídos pelo brilho azul, pessoas manipularam, ingeriram e espalharam o césio entre amigos e parentes. Com isso, diversas crianças, adultos, animais e locais já estavam contaminados. (ASSOCIAÇÃO DAS VÍTIMAS DO CÉSIO-137, 1993; FERRAZ, 1988, p. 29-32)
Os principais focos de contaminação foram a casa de Roberto Santos Alves, na Rua 57; a casa de Ovídio, na Rua 63; o ferro velho de Devair Alves Ferreira, na Rua 26-A; o ferro velho de Ivo Alves Ferreira, na Rua 6; o ferro velho do Joaquim, na Rua P-19; a casa da fossa de Ernesto Fabiano, na Rua 17-A e a Vigilância Sanitária, na Rua 16-A. O processo de descontaminação foi difícil, pois além de oferecer riscos às pessoas envolvidas, o cloreto de césio já havia se espalhado por diversos locais. De acordo com João Alfredo Medeiros, do Laboratório de Análise Mineral do IRD, “procurar cloreto de césio em Goiânia era a mesma coisa que procurar um punhado de sal perdido em algum quintal da cidade”. (MEDEIROS,
1988; SOCIEDADE BRASILEIRA DE FÍSICA, 1988)
Os técnicos entravam rapidamente nos locais a serem descontaminados e utilizavam sistemas dosimétricos. Por se tratar de uma emergência, foi estabelecido um limite diário de exposição de 150 mrems, dose considerada alta. A Figura 19 mostra como os técnicos se protegeram no processo de descontaminação. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE FÍSICA, 1988)

Apesar da dose de limite diário ter sido alta, segundo Rex Nazaré, em resposta a um questionário feito pela Sociedade Brasileira de Física, somente 3% das pessoas envolvidas no processo de descontaminação atingiu o limite diário e não houve constatação de casos de contaminação externa ou interna dessas pessoas. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE FÍSICA, 1988).


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