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Brasileiros e alemães se aproximam em luta pelo fim das usinas nucleares

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Próximo do aniversário de um ano do desastre de Fukushima, organizações brasileiras intensificam luta para barrar a construção de Angra 3 e a previsão de mais 4 usinas no país. Em debate no Fórum Social, pesquisadores alertaram para riscos da tecnologia e articularam ações com organizações alemãs. Governo do país europeu ofereceu garantia financeira para investidores do setor no Brasil.

Porto Alegre - No próximo dia 11 de março, protestos em todo o mundo marcarão o aniversário de um ano do acidente nuclear na usina de Fukushima, no Japão, que expôs mais de 300 pessoas a um alto grau de radiação. O número de mortes por câncer no futuro pode chegar a mil neste que foi o maior desastre nuclear desde Chenobyl, em 1986. Em junho, durante a Rio+20, a questão da energia nuclear estará novamente em pauta. A 150 quilômetros de distância de Angra 1 e Angra 2 e do terreno onde está sendo feita a terraplanagem de Angra 3, o programa nuclear brasileiro também será alvo de manifestações dos movimentos sociais. Neste contexto, o Fórum Social Temático em Porto Alegre, que acontece até domingo, não podia ficar fora do roteiro das articulações  nacionais e internacionais, que visam não apenas paralisar a construção de Angra 3 como acabar com a produção de energia nuclear no país.


Num debate realizado na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, promovido pela Coalizão contra Usinas Nucleares e pela Articulação Antinuclear do Brasil, a lista exposta com as razões para se rejeitar esta forma de produção energética no país foi extensa, começando pelos riscos de acidentes. Os ambientalistas enfatizaram que não existe a possibilidade de risco zero na produção da energia nuclear.


“Antes de Fukushima, muitos defensores da energia nuclear afirmavam isso. Mas todos sabem que há o efeito da imprevisibilidade. No Japão, apesar de toda a tecnologia usada na segurança, o acidente foi catastrófico do ponto de vista social e ambiental”, avaliou Heitor Scalambrini, membro do Movimento Ecossocialista e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco.


No estado, a cidade de Itacuruba, a 750 km do Recife, na fronteira com a Bahia, seria a principal opção para a construção de uma nova usina nuclear no país. Além de Angra 3, há uma previsão de colocar em operação outras quatros centrais em território nacional: duas no nordeste e duas no sudeste, a um custo de R$ 10 bilhões cada uma. Itacuruba teria sido escolhida por ficar às margens da lago de Itaparica, ao longo do Rio São Francisco, por ter solo estável e estar entre os três maiores mercados consumidores de energia elétrica da região: Salvador, Recife e o complexo portuário de Suape. A Eletronuclear fala de seis reatores, a serem instalados num complexo de 6 megawatts de produção.


Outra razão contrária à ampliação do programa nuclear brasileiro seria seu próprio custo. Depois de Fukushima, em função das novas regras de segurança que estão sendo definidas em âmbito internacional, o custo da produção da eletricidade via esta tecnologia, que já é caro – em média R$ 180 megawatt/hora –, deve aumentar, reforçando a necessidade dos subsídios já frequentes por parte dos Estados.


“É um custo alto, que não se justifica, até porque esta tecnologia contribui com apenas 2% da geração de energia elétrica no Brasil, facilmente realizáveis através da melhoria das hidrelétricas. Num país com 8 mil quilômetros de litoral, de clima tropical na sua maioria e com enormes potenciais para energias renováveis, não se deve investir em energia nuclear”, acredita Dawid Bartelt, da fundação alemã Heinrich Boll.


O governo da Alemanha está oferecendo a garantia financeira para os investimentos em Angra 3, que está sendo construída com tecnologia daquele país. A garantia financeira é uma peça decisiva para a consolidação da obra. Depois do acidente de Fukushima, no entanto, o governo alemão decidiu desativar 8 das 17 usinas nucleares em funcionamento no país; o restante será paralisado até 2022. “É um escândalo político. Enquanto acha que esta tecnologia é perigosa demais para a população alemã, o governo acredita que pode incentivá-la para a população brasileira. Está exportando uma tecnologia que já foi banida ali para outros países”, criticou Bartelt.


Na semana do dia 27 de fevereiro, o Parlamento alemão tomará a decisão se autoriza ou não o governo a conceder a garantia a Angra 3. Articuladas com organizações alemãs, as entidades brasileiras estão pressionando os congressistas europeus.


Já para o Parlamento brasileiro, foi lançada uma proposta popular de emenda constitucional, que pretende coletar pelo menos um milhão de assinaturas, para proibir, na Constituição Federal, que o país tenha usinas nucleares.


“Há um total desconhecimento da população brasileira em relação ao que está acontecendo. E uma própria ignorância dos governantes sobre este risco. Desde os prefeitos que disputam para sua cidade ser sede de usina ou para vencer licitações para receber lixo nuclear, tudo em busca de um troquinho”, disse Chico Whitaker, da Coalizão contra Usinas Nucleares. “Herdamos dos militares a ideia de que, para ser potência mundial e entrar no Conselho de Segurança da ONU, temos que ter um programa nuclear. É uma ignorância sobre o legado que deixaremos para as gerações futuras. Basta lembrar do que aconteceu com o Césio-137 em Goiânia”, alertou.


20 mil anos de lixo


Para além dos riscos de vazamento e contaminação durante a operação das usinas, a energia nuclear produz um lixo altamente radioativo, que demora 20 mil anos para esgotar seu potencial de radiação. Uma usina com vida útil de 30 anos, por exemplo, geraria mais de mil toneladas de lixo radioativo. A Finlândia é um dos poucos países do mundo que desenvolveu uma solução final para o armazenamento do lixo atômico. Em Angra, segundo os especialistas presentes no Fórum Social Temático, o armazenamento se dá em piscinas a céu aberto.


O risco, de fato, é enorme. Em 1987, uma pedra de apenas 19g de Césio-137 foi responsável pela contaminação de pelo menos 1.600 pessoas em Goiânia. A cápsula, exposta num depósito de material reciclável em uma máquina antiga de radioterapia, foi retirada por alguém que desconhecia a propriedade do elemento e que acabou, involuntariamente, contaminando todos que com ela entraram em contato. Odesson Alves, Presidente da Associação das Vítimas do Césio-137, é irmão da pessoa que encontrou a pedra.


“Meu irmão achou a pedra e queria fazer um anel para esposa. Me mostrou o material, eu o toquei por alguns segundos e isso bastou para que 40 pessoas da nossa família fossem contaminadas. As autoridades não sabiam como gerir o acidente e todos que tiveram contato direto e indireto com o material foram atingidos. A partir daí começou nosso inferno. Tive que ficar mais de quatro meses em quarentena, distante de cinco metro das pessoas. Minha mulher teve caroços no corpo todo. A população queria nos apedrejar, nos acusavam de ter destruído a cidade, meus filhos tiveram que mudar de escola. Mas quem pegou o material também era vítima do processo, das autoridades da Comissão de Energia Nuclear, que deveria ter transportado e guardado o material com segurança”, afirma Odesson Alves.


Mesmo tendo feito 10 sessões de descontaminação, ele perdeu parte do dedo indicador da mão direita, tem uma deficiência na mão esquerda, seu nível de plaquetas opera sempre no mínimo, sente arrepio nos ossos e, muitas vezes, adquire várias doenças ao mesmo tempo, por ter o sistema imunológico deficiente. “Tem pessoas que tem feridas abertas no corpo até hoje, 25 anos depois”, contou. O acidente em Goiânia também gerou 13 toneladas de rejeitos radioativos.


Os riscos no entanto, começam muito antes, alertaram as organizações. Em Caetité, na Bahia, onde existe uma mina de extração de urânio – a primeira etapa da cadeia da produção da energia nuclear –, os problemas gerados na população são enormes. Em agosto, a Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais divulgou o relatório da missão realizada na cidade para levantar as violações de direitos ocorridas no ciclo nuclear. Os documentos são reveladores do descaso do poder público com a vida dos moradores da região.


“Tudo começa com a explosão de dinamite na rocha, que gera um gás radônio, que não tem cheiro nem cor e vai ser inalado pelas pessoas, que sequer sabem que isso está acontecendo. Este gás contamina a água, o solo, os produtos agrícolas, os animais, as pessoas. Ninguém sabe a extensão das contaminações bacia hidrográfica abaixo. Até a água que a população bebia foi considerada contaminada”, contou Renato Cunha, do Grupo Ambientalista da Bahia (GAMBA), que reivindica o fim da exploração do urânio na cidade. Desde o ano 2000, quando a mina começou a funcionar, a incidência de câncer na população não para de crescer.


“Queremos que o programa nuclear brasileiro seja desativado. Mas não é só fechar as usinas. Temos que acabar com a exploração do minério, instalar um sistema de monitoramento independente dos riscos da população e melhorar o atendimento à saúde na região. Desde sempre soubemos que é melhor deixar o urânio embaixo da terra”, disse Cunha.

Por: Bia Barbosa
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PROGRESSO PRA ONDE?

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Rio de Janeiro, 30 de Janeiro de 2012

         Quando se diz avanço estamos induzindo uma ideia de crescimento e benefícios. Se pensarmos nos rumos de nossos gastos poderemos perceber que alguns consumos mais mecanizados poderiam ser enxugados, e uma mudança real de paradigma aconteceria.

         A mesma lógica que atrofia o gado em nome do lucro rege as progressões de necessidade energética do país. As indústrias a todo vapor, consomem água e energia em proporções significativas. Essa mesma lógica faz com que usinas altamente nocivas sejam reconsideradas e implementadas.

         A falta de acesso a informação e possibilidade real de debate na deliberação, tornam o cenário mais engessado. Os extremistas de ambos os lados contribuem para a banalização das questões de suma importância.

         O novo pensamento deve ser aberto para as dimensões que a demanda nuclear nos incumbe. Permanecer no ritmo que a ordem anterior mantinha-nos é de fato escolher ver a vida passar. Tanto a qualidade primaria de liberdade da democracia, quanto à inteligência contida na ordem, estão deixando a desejar na prática.

         Afinal, já que para fins energéticos as usinas são desnecessárias, qual outra finalidade serve “como combustível” para nossa engrenagem nuclear. A serviço de quais interesses está o controle do país?
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AIEA avalia segurança nas usinas atômicas do Japão

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Desde segunda-feira, 23 de janeiro, analistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estão reunidos com autoridades japonesas para avaliar a segurança das usinas nucleares do país. A expectativa do Japão é que os especialistas emitam uma recomendação à Agência Nacional de Segurança Nuclear japonesa (Nisa) sobre a eventual conveniência da reabertura dos reatores da usina.

A missão seguirá até o dia 31 deste mês e foi solicitada pelo governo local, que já pediu ao órgão que instale um escritório permanente em Fukushima. Segundo comunicado, durante a visita, os especialistas farão uma avaliação e testes de resistência nos reatores da central de Oi.

“Iremos realizar uma avaliação, que eles [governo japonês] pediram, às metodologias e abordagens para testar a segurança dos reatores nucleares”, disse aos jornalistas James Lyons, o responsável pela equipe da AIEA.

Apesar disso, Lyons informou que não fará qualquer determinação quanto à volta do funcionamento das usinas. “Não nos vamos concentrar em dizer se é, ou não, aceitável que alguns dos reatores voltem a funcionar. Isso é uma responsabilidade do governo japonês”, afirmou.

Desde o acidente em Fukushima, em 2011, vários reatores do país foram parados por medida de segurança. Posteriormente, outros tiveram suas atividades suspensas para revisões obrigatórias por lei.

Desde o início da crise nuclear no país, que tinha um terço da energia proveniente de centrais atômicas, cerca de 85% dos 56 reatores japoneses permanecem parados. Até que superem os testes de resistência e obtenham autorização do governo japonês, nenhum reator poderá retornar suas operações no país.

Aumento da radiação

Enquanto o governo tenta retornar com a produção de energia nuclear, a operadora Tokyo Electric Power (TepCo) informou que a quantidade de substâncias radioativas emitidas pela central nuclear japonesa de Fukushima aumentou em janeiro por causa dos trabalhos de remoção dos escombros.
Segundo a operadora, o volume de material radioativo emitido pela central durante o primeiro mês de 2012 foi de cerca de 70 milhões de becqueréis (unidade de medida de radiação) por hora, contra os 60 milhões horários registrados em dezembro. Logo após o acidente na central, o nível da radioatividade medido no local atingia os 800 bilhões de becqueréis por hora.

O Japão ainda enfrenta crises no setor alimentar causadas pela radiação. Nesta quinta-feira (26), a principal cooperativa agrícola de Fukushima informou a proibição do cultivo de arroz nas áreas onde as colheitas do ano passado registraram níveis excessivos de césio radioativo por causa da crise nuclear.

De acordo com a organização, não haverá cultivos nos locais onde foram detectados níveis de radiação superiores a 500 becqueréis por quilo em 2011. No entanto, as regiões onde foram detectados mais de 100 becqueréis de césio radioativo poderão ser cultivadas quando a terra for despoluída e o risco dessas reduzido.

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Greve de funcionários paralisa obra da usina nuclear de Angra 3

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RIO - As obras de construção da usina nuclear de Angra 3, em Angra dos Reis, no litoral do Estado do Rio de Janeiro, estão paradas há dois dias. Os cerca de três mil trabalhadores da Andrade Gutierrez, empresa responsável pelas obras, cruzaram os braços desde o meio-dia da última terça-feira, em protesto contra ações que estariam sendo adotadas pela companhia no canteiro de obras.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada de Angra dos Reis e Paraty (Sticpar), Marcelo Vidal, explicou que, em assembleia nesta quinta-feira, os trabalhadores decidiram manter a paralisação. Está prevista uma reunião de conciliação na próxima segunda-feira, dia 30, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio.

Segundo Vidal, trabalhadores reivindicam a demissão de três funcionários que ocupam cargos de confiança na Andrade Gutierrez, que estariam adotando atitudes hostis com os operários, como dar advertências sem fundamentos. Outra medida contestada pelos operários seria a instalação de uma junta médica no canteiro de obras para avaliar os pedidos de dispensa por motivo de saúde, o que fez com que muitos atestados médicos fossem recusados.

- Após as negociações, a Andrade Gutierrez aceitou abonar os atestados médicos e rasgou as advertências. Mas os trabalhadores só aceitam voltar às atividades se esses três funcionários que teriam forem afastados - disse Vidal.

Em nota, a Andrade Gutierrez informou que até o momento não recebeu qualquer pauta oficial de reivindicações dos trabalhadores. Segundo a empresa, "causou grande estranheza o fato de não ter havido qualquer comunicação prévia sobre a paralisação." A construtora também afimra que está sempre aberta a negociações, como tem feito regulamente com os trabalhadores da usina de Angra 3.

A Eletronuclear responsável pela usina não quis comentar a greve dos trabalhadores. Mas, por enquanto, a paralisação não compromete o cronograma da obra. A usina está prevista para entrar em operação no fim de 2014.

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Japão pesquisa efeitos da radiação na fauna e flora de Fukushima

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Mulher segura placa onde uma criança pergunta
"O que acontece depois, mamãe?", em protesto
 na sede da Tepco, em dezembro
O Japão começou uma investigação exaustiva para estabelecer os efeitos da radiação procedente da usina nuclear de Fukushima em animais e plantas das regiões mais afetadas pelo acidente atômico, informou neste domingo a emissora "NHK".

A própria província de Fukushima solicitou ao Governo central que realizasse o estudo e o Executivo decidiu que o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Nacional de Ciências Radiológicas pesquisarão o caso durante um ano aproximadamente e o apresentarão em março de 2013.

A análise registrará os níveis de césio radioativo na fauna e na flora em 25 pontos concretos da província de Fukushima, tanto em terra firme como no mar.

Entre esses 25 lugares se encontram as áreas mais afetadas pelas emissões da usina nuclear e também áreas prejudicadas em menor escala com o objetivo de comparar os possíveis efeitos.
FONTE: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2012/01/29/japao-pesquisa-efeitos-da-radiacao-na-fauna-e-flora-de-fukushima.htm
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O LOUCO

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         A força do lobby engole a informação. Há feiras, eventos, campanhas publicitárias, festivais de jargões que o povo gosta de ouvir. A mesma lógica que faz com que hajam pessoas empregadas para vagar pela internet e varrer os dados com promessas, subsídios e distorções, é aquela que faz cidades pequenas ganharem políticos simpáticos a grandes transações.

         A banalização do debate acarreta no esvaziamento da questão. O valor nutricional da informação deveria vir escrito no rótulo. Mas as dimensões das grandezas nos assuntos induzem a uma ficção científica espontânea. É preciso engrossar o debate. Já é tempo de fazer da crise uma boa oportunidade.



“PERGUNTAIS-ME como me tornei louco. Aconteceu assim: Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas - as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas - e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando: "Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"

Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.

E, quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: "É um louco!" Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua. Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: "Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!"

Assim me tornei louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.” Gibran Khalil Gibran
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Japão: material radioativo utilizado em novas construções

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Cascalho extraído dentro da zona de evacuação do Japão Fukushima nuclear transformou-se em projetos de construção na cidade de Nihonmatsu, incluindo uma escola primária e um condomínio, de acordo com relatos da mídia japonesa.


 O jornal Mainichi Daily News, citando investigadores do governo, os relatórios de quinta-feira que o cascalho radioativo foi enviado para mais de 200 empresas e pode ser em tudo, desde pontes de casas para desabrigados do terremoto de 11 de marco e tsunami.

O desastre deixou mais de 15.000 mortos e danificou a Fukushima Daichi usina nuclear, causando vazamentos de radiação quando três reatores nucleares sofreu colapsos.

O governo estabeleceu uma zona de 20 quilômetros de evacuação (12 milhas) ao redor da planta danificada em 22 de abril. O material de construção suspeita veio de uma pedreira em Namie, dentro da zona de evacuação, o Yomiuri Shimbun informou . Mas foi originalmente enviado a 19 empresas entre o momento do terremoto e do estabelecimento da zona, de acordo com um relatório Mainichi .

A radiação foi rastreada para o condomínio de três andares em Nihonmatsu após a cidade marcada alunos do ensino fundamental e médio de exposição à radiação de setembro a novembro. Uma garota que vivem no primeiro andar do condomínio foi encontrado para ter maior do que a exposição normal, de acordo com o relatório Yomiuri.

Testes subseqüentes no condomínio encontrados níveis mais altos de radiação no interior primeiro andar do edifício que foi gravado no ar exterior, Yomiuri relatados. Níveis mais baixos de radiação foram encontrados no prédio de dois andares superiores.

Dez dos 12 famílias que vivem no condomínio foram famílias que haviam se mudado para lá da zona de evacuação, informou Yomiuri.

O cascalho já foi atribuída a prova de terremoto projetos nas escolas fundamental e médio em Nihonmatsu, o Nihonmatsu Conselho Municipal de Educação disse, de acordo com um relatório Mainichi .

Chefe de Gabinete Osamu Fujimura, disse hoje que a exposição à radiação no condomínio Nihonmatsu foi bem abaixo do que o governo iria considerar um nível de evacuação, de acordo com um relatório de Agence France-Presse . No entanto, a cidade vai passar os quatro famílias no primeiro andar, de acordo com o relatório Yomiuri.

Ministro da Economia, Yukio Edano disse que o governo vai realizar "discussões de emergência" na criação de padrões de radiação para materiais de construção, de acordo com um relatório Mainichi.

Kinki University professor Hideo Yamazaki disse o governo japonês Mainichi deveria ter vindo a acompanhar o movimento de todos os materiais muito mais cedo.

"O que aconteceu foi algo que o governo poderia ter previsto," Mainichi citou dizendo. "É frustrante que o governo não pensa sobre o movimento de materiais, incluindo cascalho .... As ações do governo têm sido todos os reacionários e os moradores estão pagando por isso."
 
FONTE: http://news.blogs.cnn.com/2012/01/18/japan-newspapers-radioactive-material-used-in-new-construction/?iref=allsearch
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A Cronologia dos Fatos - O Início do Desastre

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Na manhã de domingo, 13 de setembro de 1987, Wagner Motta  Pereira, de 19 anos, motorista profissional, desempregado, estava em sua residência quando um antigo amigo do bairro, Roberto Santos Alves, de 21 anos, trabalhador autônomo, chegou informando-lhe sobre a existência de uma peça de chumbo, abandonada em um prédio localizado no cruzamento das avenidas Paranaíba e Tocantins, na região central de Goiânia.

Como o chumbo é um metal muito valioso no comércio de sucatas, os dois viram ali uma excelente oportunidade de “ganhar dinheiro”.  Dirigiram-se, então, até o local, adentraram ao antigo prédio sem nenhuma dificuldade e, de pronto, localizaram o aparelho. (ASSOCIAÇÃO DAS VÍTIMAS DO CÉSIO-137, 1993; MIRANDA, 1993)

Segundo Wagner, em depoimento à Wojtowicz (1990), ele e Roberto não imaginavam o que era e qual era a finalidade daquele equipamento,  eles só estavam interessados no chumbo, pois: [...]. Chumbo é pesado, dá grana, né? Eu pensei foi nisso, não na pedra. Eu nem vi pedra. [...] eu não sabia o que era, né? No início, quando eu vi a peça, dava a impressão de que ela era toda um motor, porque na frente dele tinha uma engrenagem e uma mola. E ele mexia. (WOJTOWICZ, 1990, p. 116)

Ao tentar remover o aparelho, os dois enfrentaram alguns problemas, pois a peça era muito pesada e perceberam que o carrinho de mão que  haviam levado para transportar o objeto, não iria suportar o peso. Assim, com o auxílio de ferramentas simples e após muitas tentativas, lograram êxito em desmontar a peça em duas partes: uma pequena, onde justamente estava embutida a fonte radioativa, que é composta por chumbo, aço inox e o material radioativo, e, a outra, maior, que era precisamente a carcaça do aparelho, como mostra a Figura 16. (ASSOCIAÇÃO DAS VÍTIMAS DO CÉSIO-137, 1993; MIRANDA, 1993; WOJTOWICZ, 1990)

Havia uma espécie de graxa amarela entre as duas partes, o que facilitou o desmonte do aparelho. A parte menor, que pesava  aproximadamente 200kg, foi posta no carrinho de mão e transportada até a casa de Roberto, que residia no nº 68 da Rua 57, próximo ao IGR. Tão logo chegaram à residência, os dois, imediatamente, utilizando ferramentas simples como martelo e chave de fenda, começaram a tentar desmontar a peça para separar o chumbo. Entretanto, devido à resistência do material, não obtiveram êxito na tentativa. Wagner seguiu então para a sua  residência deixando o artefato na casa do amigo (ASSOCIAÇÃO DAS VÍTIMAS DO CÉSIO-137, 1993; WOJTOWICZ, 1990)

Naquele mesmo dia, Wagner e Roberto começaram a sentir náuseas,

vômitos e tonteiras, sintomas imediatamente atribuídos a uma intoxicação alimentar, que teria sido provocada pela ingestão de coco e manga verde. Eles não tinham idéia de que, naquele momento, já seriam as primeiras vítimas por contaminação radioativa, tragédia que se espalharia para uma boa parte de Goiânia. No dia seguinte, Wagner teve seu quadro clinico agravado por diarréia e pelo surgimento de queimaduras nas mãos e braços, sintomas que persistiriam durante os dias subseqüentes. (ASSOCIAÇÃO DAS VÍTIMAS DO CÉSIO-137,1993; MIRANDA, 1993)

Mesmo assim, durante os três dias seguintes, os amigos continuaram

trabalhando na separação do chumbo, ignorando a piora do estado de saúde de ambos. Finalmente, em 16 de setembro, usando uma chave de fenda, os dois acabaram violando uma espécie de tampa da peça, na tentativa de verificar se o interior da peça era feito de chumbo. Essa espécie de tampa era fabricada com irídio, que é um metal de transição mais frágil que o chumbo, sendo, portanto mais fácil de quebrar. Esta janela possuía a função de permitir a passagem do feixe radioativo. No interior da peça, ambos notaram a presença de um pó branco, semelhante ao sal de cozinha. Como o pó não lhes interessava, tiveram a idéia de se livrar daquela peça, fato que só não aconteceu por acreditarem na possibilidade de o objeto interessar ao dono do ferro velho, o que geraria uma lucratividade maior para ambos. (ASSOCIAÇÃO DAS VÍTIMAS DO CÉSIO-137, 1993; MIRANDA,  1993; WOJTOWICZ, 1990)

Em 18 de setembro, cinco dias após a chegada da fonte radioativa, e já com a saúde debilitada, Wagner e Roberto decidiram vender a peça para o sucateiro Devair Alves Ferreira. O dono do ferro velho conhecia Roberto, mas não confiava nele, tanto que questionou Wagner sobre a propriedade da peça. Ao obter a afirmação de Wagner de que ele era o verdadeiro dono do artefato, Devair aceitou comprá-la. Ela foi transportada até o ferro velho por Ernesto dos Santos Alves, de 23 anos, funcionário do comércio, em um carrinho de mão, juntamente com Wagner e Roberto. Submetida a  pesagem, totalizando 128kg, a peça rendeu aos amigos a quantia de Cz$ 1.600,00 (mil e seiscentos cruzados).(O POPULAR, 14 out. 1987, p. 7; WOJTOWICZ, 1990).

No mesmo dia da venda, preocupado com sua saúde, Wagner dirigiu-se ao Hospital São Lucas, na capital goiana. Lá, o médico diagnosticou uma simples reação alérgica, que, de acordo com o facultativo, seria motivada pela ingestão de alimentos estragados. O conselho médico foi que o rapaz voltasse para casa e permanecesse em repouso. (ASSOCIAÇÃO DAS VÍTIMAS DO CÉSIO-137, 1993; WOJTOWICZ, 1990)
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O ARGUMENTO DA BOMBA

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Rio de Janeiro, 23 de Janeiro de 2012

         “Olho por olho e dente por dente” e “ Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão” são as duas formas mais comuns de se resumir os argumentos de quem defende a bomba. Particularmente, acredito que defender a bomba é um sinal claro de ignorância sobre o que é uma bomba nuclear.

         Não me parecem lógicos os que dizem que a bomba trará segurança, uma bomba jamais poderia substituir o respeito e harmonia entre países, ao contrário, pode abala-lo. Hoje, ser antinuclear é primeiro amar a vida. O futuro nubla sempre que os abalos vem do âmbito nuclear.

         Estamos acompanhando uma Coreia do Norte em transição de governo. O mundo gela frio com as novas possibilidades de linhas do sucessor. A Coreia do Norte possui um arsenal nuclear capaz de fazer qualquer cidadão em qualquer país tremer de medo.

         As tentativas nesse quesito no Brasil ficam por conta da marinha. Os submarinos nucleares e o desenvolvimento total da tecnologia do enriquecimento de urânio. Acreditam que o Brasil se incluiria em um mercado de lucros alto, a energia do futuro. Sendo a sexta maior reserva do mundo em urânio fica difícil contestar.

         Os frutos dessa “mina de ouro” são ônus famosos da mineração com pitadas de altas doses radioativas na população. Caetité, sertão da Bahia, bem o sabe. Os militares desenvolvem o programa nuclear com afinco, ignorando as inúmeras outras formas de geração de energia e status internacional, muito mais humanitárias e menos agressivas ao ambiente.

         Diante de nós temos uma grande bifurcação de ideias e metas. Precisamos nos informar e discutir, o quanto antes melhor.
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Ativistas estão a favor de uma frente antinuclear

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 SANTIAGO, 19 de junho (IPS) - ambientalistas chilenos procuram reviver o movimento antinuclear no Cone Sul da América, tendo em vista um forte lobby por parte das empresas e líderes políticos feitos para esta fonte de energia na região.

"O movimento anti-nuclear na América Latina há interrompido. Então temos que construí-la. Se conseguirmos resistir a estes próximos três anos, ganhou a batalha, se não vamos ter problemas", previu Sara Larraín, diretora do Programa Chile governamentais sustentável. Para sobreviver, de acordo com Larrain, a indústria nuclear internacional está tentando desesperadamente para prolongar a vida útil dos reactores existentes no mundo, fazer novos contratos nos países que optaram por esta alternativa e invadir outras nações necessidades energéticas como o Chile.

"Hoje na América Latina não há nenhum movimento anti-nuclear que foi na década de 90, mesmo que remotamente, com a ameaça neste momento é multiplicado por muitas vezes", completou o especialista argentino Raúl Montenegro, Professor da Universidade de Córdoba e Prêmio Nobel Alternativo de 2004, ativistas realizaram uma reunião na quinta-feira na sede da Fundação Heinrich Böll em Santiago.

Nesta frente voltaria a ser protagonistas organizações na Argentina e Brasil, dois países da região, com usinas de energia operacional nuclear, assim como Chile e Uruguai, onde o debate já está instalado. O lobby nuclear também tem sido dirigida para o México, disse Larrain, a uma pergunta da IPS sobre o alcance do movimento que busca rearticular. Desta forma, Larraín e Montenegro participou na sexta-feira na Conferência Internacional "Energia Nuclear: Presente e Futuro" realizado na cidade do norte chileno de Antofagasta, no contexto da Exponor, uma grande feira de mineração da indústria.

O presidente da Confederação dos Empregadores da Indústria e Comércio (CPC) do Chile, Rafael Guilisasti, exortou o governo e os candidatos a presidente em 14 deste mês para definir o mais rapidamente possível o uso da energia nuclear no Chile, porque caso contrário, o país não alcançar o desenvolvimento em 2020, disse ele. Os candidatos presidenciais líder nas pesquisas até agora têm sido misturadas em seus pontos de vista. Enquanto o candidato da oposição de direita, ex-senador e empresário bilionário Sebastián Piñera, reconheceu que estudado o assunto, o candidato da coalizão governista de partes para a Democracia, no poder desde 1990, o ex-presidente Eduardo Frei Ruiz-Tagle democrata, mostrou uma preferência para implementá-lo.

Desde o início do seu mandato março 2006 , a presidente Michelle Bachelet enfrentou pressões políticas e de negócios para incluir o núcleo-eletricidade matriz energética chilena, chocado, desde 2004, devido à menor importação de gás natural da Argentina e recentemente afectados pela alta dos preços internacionais do petróleo. Além da dependência energia, o aumento progressivo das emissões de gases de efeito estufa que causam o aquecimento global é um dos principais problemas deste país que aspira a ser desenvolvido nas próximas décadas.

Enquanto o negócio parece fontes de energia barata e segura no longo prazo ecologistas eficiência energética e energia renovável posit não convencionais (URE), que geram menor impacto sobre o meio ambiente e estimular as economias locais. Junto com dar um forte impulso para a URE, como a eólica, solar e geotérmica, o presidente decidiu contratar estudos de 100 milhões de pesos (185.000 dólares) em 2008 e 400 milhões de pesos (740.000 dólares) este ano para avaliar tecnicamente a opção nuclear, o que foi interpretado pelo movimento ambientalista como uma violação do acordo eleitoral firmado em 2005 com 23 organizações. Um dos pontos de acordo Chagual chamada estipulou que Bachelet não incluir a energia nuclear, que é considerado caro, arriscado e poluentes em troca de apoio de ambientalistas. Embora o presidente se defendeu dizendo que sua administração não tomar uma decisão, os Verdes decidiram romper o pacto em abril de 2008.

A ofensiva das empresas tem sido liderado pelas grandes empresas de mineração de energia operacional com fome no norte do Chile . "Grupos ambientalistas, apesar da legitimidade de suas posições, estão levando a um status quo em que você não pode fazer nada: eles se opõem à energia hidroelétrica e nuclear, o que significa que os projetos são aprovados apenas pequenas magnitude. Esses setores têm o direito de dar sua opinião, mas não de impor vetos ", disse o presidente do CPC, em entrevista ao jornal La Tercera.

"Aqueles que defendem a energia nuclear, enquanto nós deve expressar mais fortemente, uma vez que temos uma visão contraditória à do verde: o desenvolvimento sustentável em si pode ser combinada com o crescimento ", disse ele Guilisasti, sob a suposição de que a energia nuclear emite menos dióxido de carbono do que o petróleo ou o carvão, que é demitido por ambientalistas para medir todo o processo. Preocupado com o poder financeiro e influência da mídia de negócios, o Programa Chile Sustentável preparado 55 páginas do documento intitulado "Energia nuclear não tem futuro", detalhando os motivos da sua oposição a tal de energia. A publicação foi apoiada pelo alemão Heinrich Böll Foundation. De acordo com Larrain, os promotores da energia nuclear "estão aproveitando a desinformação aberto" que existe no Chile.

Na sua opinião, existem muitos mitos incentivados pela indústria que deve ser levado para baixo, como é mais limpo e mais barato do que a energia gerada por combustíveis fósseis, e é capaz de fornecer aos países independentes de energia. A energia nuclear dependente de um recurso não renovável, como o urânio, e requer grandes investimentos e subsídios estatais diretos e indiretos para operar, disse ele. Os altos custos de desmantelamento, que são entre 30 e 40 anos de vida, ea falta de locais de eliminação de resíduos radioactivos são outros problemas estruturais, disse ele. De acordo com Montenegro, também presidente da Fundação para Environmental Defense (Funam), o movimento anti-nuclear regional deve basear a sua estratégia em quatro áreas simultâneas:. mobilização, fortalecimento técnico, impacto de mídia e "judicialização" do conflito De sua perspectiva, Argentina, que tem dois reatores nucleares em operação, "Não é um exemplo para o Chile", desde que o programa de energia nuclear desenvolvido pelo seu país tem sido perigoso para a saúde dos trabalhadores e da população em geral, como acontece em outros países, disse ele. o desenvolvimento da energia nuclear poderia afetar seriamente a imagem internacional do Chile como exportador de alimentos e produtos vitivinícolas como estrelas, disse ele. também alertou para os riscos é o país sísmico, com uma geografia única, ladeada a oeste pelo oceano Pacífico ea leste pela imponente Cordilheira dos Andes.

"Se um acidente ocorre sete grau (o máximo que poderia acontecer), em qualquer parte do Chile, no norte, no centro ou sul, você tem que tomar que este acidente vai cobrir pelo menos metade do país ", terminando com todas as atividades produtivas, disse ele. A ameaça terrorista contra instalações nucleares é outro perigo crescente, advertiu Larrain e Montenegro, bem como qualquer uso político de recursos radioativo mesmo que a região é livre de armas nucleares e em 2003 todos os países reafirmaram o seu compromisso com o Tratado para a Proscrição das Armas Nucleares na América Latina e no Caribe (conhecido como o Tratado de Tlatelolco), em vigor desde 1969. Num seminário na quarta-feira em Santiago, ex-presidente chileno Ricardo Lagos (2000-2006) e atual enviado da ONU especial sobre Mudanças Climáticas, disse que a energia nuclear "é importante para estudo e também é conveniente para analisar como ele pode trabalhar e fazer backup estas plantas devem ter em caso de manutenção, e isso é algo que você tem que ver os especialistas. " Larrain do Chile, finalmente, lembrou que já existem duas usinas nucleares experimentais, onde tem havido vários acidentes, um dos quais matou de leucemia dois recrutas anterior que estavam em contato com material radioativo, em 1989, enquanto outros têm seqüelas. (FIN/2009)

ENERGIA - AMÉRICA DO SUL: ativistas estão a favor de uma frente antinuclear
Por Daniela Estrada
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SE O TEMPO VIRASSE?

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         Uma questão delicada no nuclear é que se hoje, todos os países do mundo, desejassem suspender seus programas nucleares, descomissionar suas usinas, ainda assim, teríamos um bom tempo pela frente até poder afirmar que estamos livres do nuclear.
         Não estaria escondida nas entrelinhas de nossas motivações os  valores mais atuais de nossa civilização?

“Depois de dois meses, um zumbi pareceria mais saudável que eu. Por fim, já completamente esgotado, criei coragem porque minha tarefa ainda não terminara. Muitos códigos estariam sem dúvida ocultos no desastre precedente que destruíra a Atlântida. E, com base neles, eu talvez conseguisse encontrar mais pistas sobre a catástrofe futura. Munido dessa evidência, poderia então convencer um número suficiente de pessoas a tomar medidas para sua preservação. Quem sabe não houvesse alguma coisa a fazer para ajudar a salvar a humanidade? Fosse como fosse, achei que valia a pena tentar, embora meus sonhos continuassem povoados de imagens horrendas. Várias vezes, acordei no meio da noite, julgando que terremotos estavam destruindo usinas nucleares e provocando holocaustos atômicos. Mas, em verdade, eu ignorava como alguém poderia evitar isso. Continuei, porém, a trabalhar e logo fui recompensado com indícios sobre a ruína da Atlântida.”  PÁGINA 62. LIVRO - O Cataclismo Mundial em 2012  AUTOR- Patrick Geryl


“O dia que a Atlântida se afundou sob as águas, em 27 de julho de 9792 a.C, Órion, Vênus e algumas poucas estrelas e planetas mais ocuparam algumas "posições codificadas". Os supremos sacerdotes que escaparam do cataclismo levaram os conhecimentos com eles e os guardaram no labirinto (o Círculo de Ouro) no Egito. E ali precisamente se elaborou o plano mestre para advertir à humanidade sobre o próximo cataclismo. Esta história incrivelmente assombrosa deve ser conhecida no mundo inteiro, porque no ano 2012 as estrelas estarão exatamente na mesma posição que no ano no qual a Atlântida se afundou.

Osiris
         A história de Osiris (Órion) começa no ano 10.000 a.C. L'An-Nu, o supremo sacerdote de Aha-Men-Ptah, reuniu ao conselho. Tinha notícias alarmantes, pois com "cálculos matemáticos das configurações estelares", estava em condições de calcular a data do fim de seu mundo. Isto se apoiava nos acontecimentos do cataclismo anterior, ocorrido em 21 de fevereiro de 21.312 a.C, quando a Atlântida foi destruída em parte (a Terra girou 72 graus no zodíaco). Sua mensagem foi extremamente dolorosa e dura: "Irmãos, estamos hoje reunidos aqui para falar dos aterradores acontecimentos que sofrerão nossos bisnetos. Sem duvidá-lo, devemos organizar um êxodo de nosso povo por volta de outras regiões e isto representa um enorme esforço durante muito tempo". Pôde ouvir um murmúrio e logo uma onda de protestos, mas o alto prelado era inexorável: "Não me apóio nas sagradas escrituras, mas em combinações matemáticas que se podem compreender por qualquer que o escolha. Todo movimento das estrelas e os planetas se produz em harmonia, seguindo as leis de Deus. O que sabemos com segurança é que as 'combinações matemáticas celestiais' têm influência sobre todos os organismos da Terra, por meio das configurações que representam. Isso, por uma parte. Segundo, os cálculos de meus predecessores e dos cientistas de nossa 'Dupla casa da vida' de Septa-Rerep estabelecem que uma catástrofe de desconhecidas proporções nos aguarda. Durante a anterior, o Norte de nosso país se converteu em um enorme iceberg e destruíram-se outras partes do mundo. Desta vez, nosso país inteiro desaparecerá. Recalculei o que nossos cientistas estimaram tantas vezes com antecedência, e o único que podemos dizer é que nosso país desaparecerá por completo sob as águas. Não ficará nada, e se não se toma nenhuma medida não haverá ninguém que possa contar a história de nossa pátria, porque pertencerá ao reino dos mortos".
         A maioria dos ouvintes permanecia em silêncio, pois todos estavam impressionados pelo que acabavam de ouvir. Um dos membros mais idoso interpretou a comoção geral: "Não duvido do poder de suas palavras! É lógico que se aceitarmos este grande cataclismo como algo que acontecerá com certeza, aqui devemos discutir o êxodo com calma. Mas isto significa a construção de centenas de milhares de navios, sem mencionar toda a comida que se necessita para milhões de pessoas. Requer-se a intervenção de várias gerações de preparativos".
         L'An-Nu voltou a falar: "A lei celestial determina a harmonia dos céus e o movimento matemático da Terra com o passar do tempo. Sobre a base disto, 'aqueles que sabem de números', poderão determinar a data exata e a lei causadora da catástrofe. Produzir-se-á em 27 de julho de 9792 a.C, dentro de 208 anos e será inevitável. Portanto, apressem-se, honoráveis membros do conselho, a tomar medidas necessárias para que dentro de dois séculos todos possam abandonar estas terras e iniciar uma segunda pátria. Os primeiros sinais do que nos aguarda já são visíveis no horizonte, onde o Sol está mais avermelhado a sua saída. Aqui concluo meu argumento, o Este terá cor vermelha, tão vermelho como nosso sangue, porque nosso império pertencerá aos mortos".
         Isto produziu o efeito desejado. A partir desse dia, começaram a tomar medidas preventivas necessárias para levar a cabo um êxodo sem enguiços.
         Os anos transcorreram. Em 9842 a.C. nasceu o primeiro filho do rei Geb e da rainha Nut. Era um varão e sua mãe lhe pôs o nome da constelação que dominava o céu meridional, quer dizer, Osiris ou Órion. Destinava-se a converter-se no governante 589° de Aha-Men-Ptah. (Posteriormente, Aha-Men-Ptah foi chamada Atlântida, pelos filósofos gregos.) Em 9841 a.C. nasceu seu irmão Seth e um ano mais tarde, suas irmãs gêmeas Isis e Nepthys. Todos amavam às duas meninas, mas Seth se comportava como um pequeno tirano. Invejava o êxito de suas irmãs e estava extremamente zangado por não ser o herdeiro do trono. Isis gostava de rir e freqüentemente a via em companhia de Osiris. O rei Geb observou uma estreita relação entre os dois e decidiu que se casassem. Em presença de uma grande audiência, o matrimônio foi solenizado. Seth esteve ausente, dado que estava furioso quando se inteirou do casamento. Em um rapto de ira, partiu logo depois de ameaçar vingando-se e cometer fratricídio.
         Da união entre Isis e Osiris nasceu Horus. Enquanto isso, Seth se dedicou a reunir um exército cada vez maior. Muitos de seus rebeldes se irritaram ao ter que realizar as medidas coercitivas que lhes infligiam para o cataclismo vindouro, recusando-se a participar das tarefas por algo no qual eles não acreditavam. Nesses tempos difíceis, Osiris se converteu no novo governante, aos trinta e dois anos de idade. Era 9805 a.C, e faltavam treze anos para a data do cataclismo. Osiris, imediatamente tomou medidas para assegurar fidelidade dos outros estados do país. Formou um exército que não só teria que conquistar aos rebeldes, mas também proteger os portos e os depósitos de armazenagem. Milhares de botes se guardaram, logo depois de dar-se conta de que muitos deles se foram e agora serviam como madeira para fazer fogo. Uma profunda reorganização teve lugar para que pudesse obter uma tranqüila evacuação daqueles que permanecessem leais.
         O resto da terra era um caos causado por Seth. Houve uma incrível quantidade de material a utilizar-se no êxodo que se tornou inútil, demoliu-se, se rompeu ou foi roubado. Seth exerceu uma ditadura criminal e provocou o terror, demonstrando-o quando enviou de retorno a dois embaixadores do palácio, decapitados, em seus ataúdes. Sua mensagem era clara: "Não vou negociar".
         Só ficavam três anos. Horus tinha 24 anos quando seu tio incorporou seu sétimo estado e ordenou a imediata destruição de 4.000 "Mandjits". Estes navios a prova de afundamentos, deveriam assegurar a sobrevivência de 30.000 pessoas dessa província! Logo depois deste insensato aniquilamento houve um impasse por uns três anos. Um par de semanas antes do cataclismo, Seth intensificou seu ataque vigorosamente. Na noite de 26 de julho invadiu a capital, por surpresa. Sem dúvida, todos estavam preocupados com o cataclismo vindouro que interferia com as medidas que deviam adotar-se para a defesa.
         O resultado foi desastroso. Houve saques e assassinatos; só o palácio real não foi tomado. Seth discutiu com seus capitães a estratégia necessária, mas decidiu não atacar porque suas tropas estavam muito ébrias e neste estado não se achariam em condições de conquistar as tropas de elite, que se encontravam sob o mando de Horus. A oposição também soube que Seth não tomou prisioneiros e que eles foram lutar com todo seu vigor por suas vidas. Então pensou em uma mutreta. Enviou um mensageiro ao palácio para oferecer uma rendição honorável, com a condição de que Osiris em pessoa viesse assiná-la. Apesar das advertências de Geb, Nut e Isis, o rei decidiu ir. Deixou a defesa em mãos de seu filho Horus. Escoltaram-no seis homens e um oficial. Osiris conduziu até o lugar do encontro, passando pelas ruínas em chamas de sua capital. Antes de que pudessem reagir, as lanças penetraram os corações e as cabeças de suas escoltas e os homens foram brutalmente assassinados. O rei logo que fora ferido e conduzido a uma habitação onde Seth, com seus oficiais comandantes, aguardavam-no com impaciência. Convencido de seu triunfo, Seth olhou a seu irmão com arrogância, em tanto que este só o observava com profunda tristeza. Então, uma ira irracional o invadiu. Tomou a espada de um de seus capitães e a cravou no corpo de seu irmão; nem um som se ouviu dos lábios de Osiris. Logo, ordenou a seus capitães que fizessem o próprio. Osiris morreu sem emitir um só som. Seth olhou a seu redor, notou que ali havia uma pele de touro e arrojou o corpo ainda morno sobre ela, atando as duas partes que a constituíam. Depois, ordenou a seus capitães que lançassem o "pacote" ao mar. Os peixes carnívoros e os caranguejos dariam um festim com ele.


No palácio, Nepthys, que tinha o dom de vidência, vislumbrou os trágicos acontecimentos. Logo depois de comunicar ao Horus, este decidiu lançar um contra-ataque. Em muito pouco tempo reuniu dois mil homens, explicou-lhes o ocorrido e lhes informou o que se esperava deles. Com seus corações cheios de irritação, começaram o ataque, matando instantaneamente a cada rebelde que encontraram em sua passagem. Logo atracaram ao lugar onde assassinaram o pai de Horus. Eram espectadores de uma cena apocalíptica: estava cheio de corpos aos quais lhes deram morte de uma maneira bestial, mas Osiris não estava ali. Horus continuou com a retomada e logo recebeu reforços dos habitantes e das outras brigadas. Justo antes do entardecer, a capital foi liberada, mas completamente destruída!

No momento em que o Sol devia elevar-se sobre o horizonte, não aconteceu nada.

         Era 27 de julho de 9792 a.C. e esse seria o último dia da Atlântida. Apareceu um ocaso irreal, sem sol nem céu; uma bruma avermelhada, sufocante, de difusa claridade por causa de sua espessura, estendeu-se como um manto parecendo que não só absorveu todos os sons mas também a luz do Sol. A respiração se fez difícil devido ao profundo aroma de morte que dominava a atmosfera. Em todo o continente, a gente compreendeu que o inevitável estava por desencadear-se. O instinto de sobrevivência afligiu a todos com um intenso temor do drama que estava por vir. Não há palavras para expressar o pânico que se desatou. Nos anais está registrado em detalhe e pode compreender o pandemônio descrito, ao pensar no temível panorama que as pessoas enfrentaram. A manhã transcorreu sem que ninguém estivesse em condições de precisar a hora, porque o Sol permaneceu invisível detrás da sufocante névoa, que se tornou cor vermelha sangue.

         Horus compreendeu que este era o fim de seu país. Também se deu conta de que se a desesperança de seu povo era assim enorme, muito pior resultaria com os rebeldes. Então, decidiu aproveitar esta situação e atirar um golpe definitivo às tropas de seu tio. Brevemente, explicou isto a seus comandantes, que se entusiasmaram muito com a idéia. Prometeu a quão soldados iriam a tempo com suas famílias. O asfixiante silêncio da bruma enlouquecia às tropas e, devido ao aroma insuportável e a este avermelhado fenômeno, quase perderam a razão. Como conseqüência, produziu-se um violento encontro com o inimigo, algo que pareceu quase um sonho, pois a imprecisa bruma ainda impedia uma clara visão.

         Então, a fúria celestial se fez conhecer em sua onipresença; suaves terremotos puseram fim à batalha. Ninguém pôde ganhar porque todos pereceram. Muitos foram jogados no chão com seus corpos trementes por causa das sinistras oscilações. Isto se prolongou com igual intensidade, enquanto a bruma impenetrável parecia esclarecer-se.  

         No palácio, Geb assumiu o mando novamente. O monarca anterior não tinha outra alternativa, pois seu filho estava morto e Horus ainda não fizera seu juramento. Apoiando-se nas leis reais, decidiu iniciar imediatamente o êxodo geral. Deveriam abandonar tudo, sem nenhuma esperança de recuperá-lo. Primeiro enviou a ordem ao porto para poder começar com as ações e medidas planejadas e evitar, quanto possível, o pânico. Os soldados reais estavam todos ali para facilitar a partida do povo que estava a ponto de fugir.

         No porto real havia milhares de "Mandjits", cuja característica principal era que não podiam afundar-se. Estavam rigorosamente protegidos e a bordo tinham equipes completas de sobrevivência, como por exemplo, garrafas de água, tortas de cevada, cereais, etc. Praticara-se a evacuação fazia tempo e esta funcionara sem enguiços. Em um breve lapso, centenas de milhares de pessoas embarcaram. Por sua vez, começou a evacuação da família real e dos supremos sacerdotes. Todos se dirigiram aos botes que já foram designados com antecedência. Para estas pessoas, medidas que se tomaram fazia anos, agora estavam rendendo seus frutos. O supremo sacerdote, com calma, repartiu suas ordens, as quais foram acatadas ao pé da letra. Um grande contingente de seguidores puseram os tesouros a salvo; ninguém tinha a menor idéia do alcance da catástrofe, embora todos imaginavam o pior.

         A cento e sessenta quilômetros, os antigos vulcões que tinham mais de mil anos de antigüidade se reativaram. Com um enorme poder lançaram rochas, terra e pó ao ar, e a bruma voltou a tornar-se espessa. Uma chuva de pedras menores e pedaços de toda índole caíram sobre a capital e o porto; como conseqüência disso muitas pessoas foram feridas ou morreram. No meio do pânico que sobreveio, perderam o autocontrole e começaram uma verdadeira corrida para o porto. Todos lançaram o que levavam consigo, para poder escapar mais rápido. Qualquer indício de pensamento humano foi substituído por um puro instinto animal de sobrevivência. Os soldados foram atropelados por esta correria de pessoas. A turfa saltou aos navios de papiro que recobertos com resina e betume para impermeabilizá-los e fazê-los indestrutíveis. O terror causado pelos horríveis e inimagináveis acontecimentos fez que as pessoas esquecessem toda noção de segurança. Em lugar de subir a bordo em um número não maior a dez por navio, lutavam por subir nos primeiros Mandjits a seu alcance. Centenas de navios afundaram junto com seus passageiros nem bem zarparam, ou inclusive antes de fazê-lo. Milhares de desafortunados morreram no porto, o qual já não substituiria por muito tempo mais.

         De longe podia-se ouvir os vulcões outra vez, que lançavam lava ao ar. O resto da aterrorizada população que permaneceu em terra, pereceu em uma corrente de fogo. Centenas de milhares de litros de um infernal fogo líqüido, acharam seu caminho nos povos e nas cidades, destruindo e cobrindo tudo a sua passagem.

         Em meio deste terrível curso dos acontecimentos, Nepthys e Isis procuravam o corpo de Osiris. Nepthys conduziu sua irmã através da bruma da invisibilidade. Dos soldados que os acompanhavam só ficaram três. Dado que a "vidente" tinha grandes dificuldades para concentrar-se no lugar exato onde se encontrava o corpo envolto no couro do touro, a busca se fazia muito difícil. O pânico onipresente e os milhares de cadáveres complicavam sua tarefa. Ao que parece, eram os únicos que ainda permaneciam vivos neste imenso cemitério, onde as aves, outros animais e as pessoas morreram. Valia a pena continuar procurando, se de todo modo morreriam?

         Isso era exatamente o que perguntava Seth. Logo depois dos primeiros tremores, a parte principal de suas brigadas partiu; os que riram incrédulos ante o profetizado final de seu mundo, apressavam-se a escapar de sua desobediência às leis de Deus, embora para muitos já era muito tarde. Seth se deu conta de que esta rebelião contra as leis celestiais havia, inclusive, acelerado o processo inevitável. Ficou sozinho, estupefato e sem compreender o que fora de sua honra e seu reino perdidos.

         Horus deu aos homens restantes a liberdade de partir em ordem e decidiu ficar atrás e procurar seu tio, para matá-lo em vingança por seu pai. Agora havia dois homens no bosque, cujas cabeças estavam abarrotadas com os trágicos acontecimentos, sabendo ambos que um deveria matar ao outro ou não sobreviver.

         Uma vez mais, a fúria celestial se desatou. O tumulto no porto agora estava em seu ponto máximo. Centenas de milhares se empurravam na densa névoa para poder abordar alguma nave. Não tinha soldado que pudesse cumprir com seu dever nesta massa de gente que se atropelava à caminho da morte. As primeiras filas simplesmente foram jogadas na água. Nesse momento, quão rebeldes ainda ficavam chegaram ao porto. Com uma desumana violência abriram passagem para os botes. Tudo o que se interpunha em seu caminho era lançado na água ou assassinado, logo depois do qual, os soldados formaram redemoinhos frente aos navios. Mas por causa de seu medo, cometeram os mesmos enganos que aqueles que os precederam, pois sobrecarregaram os botes com muitos homens. Em questão de segundos afundaram e os afogados se uniam às pilhas de corpos flutuantes. Outros se dirigiram ao porto real onde se levava a cabo o êxodo com toda calma, mas com grande apuro. Os rebeldes provocaram um grande derramamento de sangue e enfiaram-de de volta ao mar em navios furtados. Felizmente, o supremo sacerdote e sua família, junto com outras naves que também transportavam sacerdotes, já tinham partido. Devido à densa névoa, não lhes era possível ver ou ouvir nada a respeito deste criminal episódio no último dia de seu reinado.

         Enquanto isso, os comandantes se aproximavam uns aos outros sem que se dessem conta. A névoa os fazia invisíveis e inaudíveis entre si. Seth olhou a seu redor quando uma rajada de vento rasgou a névoa; então viu Horus, que estava meditando a uns vinte metros de distância. Cheio de ódio e sofrimento, com o desejo de matar o filho de seu irmão, deu um passo adiante. Outra vez a Terra tremia e se expandia uma temerária sinfonia, cuja fantasmagórica imagem era pesada e sinistra. A lava voltava a correr, continuando seu destrutivo trabalho. As árvores se quebravam como se só fossem pequenos ramos e logo ardiam em chamas. O fogo rugiente matava tudo o que encontrava em sua passagem, tanto vegetal como animal. Nada podia escapar a isso. Um desagradável aroma acompanhava todo esse panorama. Seth, quem nesse momento se encontrava só a três passos de seu sobrinho, caiu presa do medo; um pânico irracional se apoderou dele e atacou sem pensar. Seu grito se perdeu no ruído ensurdecedor do bosque envolto em chamas, quando sua espada roçou o ombro de Horus; com outro golpe pegou à cara de seu sobrinho. Horus estreitou suas mãos frente a seu rosto e logo estas começaram a sangrar. Seth estava seguro de sua vitória e escapou, tratando de fugir da corrente de lava que se aproximava. Embora Horus ainda estivesse vivo, com segurança morreria nessa corrente de fogo fantasmagórico. Umas enormes nuvens ardentes provinham da lava, a qual serpenteava emitindo monstruosos assobios. Cada vez se aproximava mais ao filho de Osiris quem, só e muito ferido, ficara a mercê dos céus. Perdera seu olho direito e o outro estava cheio de sangue, tinha um joelho destroçado e um ombro quebrado, mas ainda estava vivo, embora não podia ver nem mover-se. Sabia que o inferno se abatia sobre ele e tinha a esperança de que Isis e o resto de sua família pudessem escapar a tempo. O arroio fervendo chegou às árvores próximas e os destruiu em apenas uns segundos. Um profundo suspiro escapou de seus pulmões e sentiu o intenso calor que breve o queimaria até convertê-lo em cinzas. Então se produziu o milagre. Horus jazia sobre um afloramento de granito, dado que a lava não poderia passar por ali; mas bem só poderia rodeá-lo, deixando-o a salvo por algum tempo.

         Na costa, por fim Nepthys teve êxito. Divisou uma pequena baía com uma enorme figueira. Ali, em um ramo que se encontrava sobre a água estaria pendurado o couro que guardava o corpo de Osiris. Comprovou que isto era certo. Isis suspirou com alívio, pois ao final, sua demora em abandonar esta terra tivera sua recompensa. As duas irmãs, com cuidado tomaram o couro e os soldados o colocaram em um dos pequenos Mandjits que havia por ali abandonados. Ao cabo de um curto intercâmbio de idéias, a rainha ordenou a sua irmã que se unisse a sua família junto com os soldados. Isis foi sozinha em busca de seu filho, que era o herdeiro legal do reino que agora se perdera e chegou ao palácio real onde Geb e Nut se dispunham a partir. Estiveram aguardando as notícias de seu filho e neto, desesperadamente. Confrontados com a resoluta decisão de Isis de procurar a seu filho, Geb deu suas últimas ordens. Sem mais demora, Nut e os restantes chefes deviam ir-se, sendo seu lugar do destino, ali onde terminava o parque e começava o canal. Duas fortes galeras que eram suficientemente resistentes para navegar pelos mares mais bravios os aguardavam. Um novo país necessitaria uma nova mãe, senhora de um novo céu, a qual, em ausência de Osiris e Horus, devia ensinar aos sobreviventes como viver em sua segunda pátria. Seu nome seria Ath-Ka-Ptah, cujo significado literal era "Segunda Alma de Deus", o qual logo seria trocado foneticamente pelos gregos pelo Ae-Guy-Ptos (ou Egito, em castelhano).

         Nut, a quem não lhe gostara de ter que deixar a seu amado, foi arrastada pelos incontroláveis elementos. Uma enorme explosão no centro da capital sacudiu aos sobreviventes, impelindo-os para o caos. Geb, que decidira acompanhar a sua filha, apoderou-se de vários cavalos para poder movê-lo mais rápido possível. Assim que viu todo esse dano e caos, duvidava de que Horus ainda estivesse com vida. Mas Isis não queria ouvir falar de abandonar a busca. Com confiança inspirou-se a continuar, embora não era uma tarefa fácil em meio da névoa. De repente e de um nada, começou a clarear e pela primeira vez houve luz esse dia. A atividade vulcânica na distância, tendo lançado milhares de toneladas de lava, deteve-se e um silêncio sobrenatural os rodeou. Isto teria que ajudá-los a encontrar ao Horus! Mas onde buscá-lo? Isis estendeu seus braços para o céu e rezou: "Oh, Ptah-Hotep, rei dos céus, abre suas eclusas e detêm o fogo; salva ao filho de seu filho! Ordena que este dia do grande cataclismo não se converta no dia do grande luto. Oh, Ptah-Hotep, rei da terra, ordena que o grande arroio abra todas as suas reservas!"

         Seis mil anos depois, esta prece está cinzelada em todas as tumbas do vale dos reis de Luxor, e também em Dendera. E nos anais do livro The Four Times [As quatro vezes] lê-se: "A prece de Isis foi respondida e uma chuva avermelhada se pulverizou sobre a terra, como se o sangue dos mortos se esparramasse sobre a terra rasgada". Ao cabo de algumas horas, a lava se esfriou e para Isis e Geb era difícil subir por ela. A rainha, desesperada pela tristeza, não sabia que caminho escolher nesta desolada paisagem. Como seu pai, estava completamente molhada e exausta, e logo que podia mover-se por entre as rochas endurecidas. Então, Isis viu o corpo que estava procurando... e parecia mover-se! Lágrimas de alegria brotaram de seus olhos. Horus pensou que estava alucinando, pois não podia ser que sua mãe estivesse tão perto. Mas uma mão o tocou e uma voz amorosa lhe falou: "Já não tenhas medo meu filho, Deus me mostrou o caminho para chegar a ti e te salvar".

         Isis, em sua mão, juntou um pouco de água que brotava da rocha e lavou o sangue do olho que Horus não se machucou, então ele pôde ver sua mãe e também chorou de alegria. Tratou de parar, mas cairia pesadamente se seu avô não o sustentasse, como resultado de seu joelho destroçado. Com a ajuda de Isis, tomaram pelos ombros e muito devagar o levaram para os cavalos que aguardavam pacientemente. Ali, Geb falou com uma voz que não admitia réplica alguma: "Isis, deve ir imediatamente, Osiris escondeu um Mandjit sob um teto no Lago Sagrado. Apressem-se os dois para chegar ali e vão o mais rápido possível ao mar aberto. Há só um par de remos a bordo e lhes resultará fácil partir. Eu sou virtualmente um peso morto para ir com vocês; além disso, ainda devo arrumar alguns assuntos no palácio. Não pensem em mim, é uma ordem! Só pensa em seu filho. Agora, vão".

         "Mas, pai!"

         "Vão-se, é uma ordem!"

         Era impossível opor-se a sua decisão e Isis se foi, com seu outro cavalo atrás dela. Durante a travessia falou com seu filho de maneira alentadora. Ela sabia que o sofrimento devia ser insuportável e tratava de lhe fazer esquecer a dor por um momento. Chegaram ao navio sem nenhuma dificuldade. Isis se sentou no lugar dos remos e começou a remar com vigor para o estreito, onde provavelmente poderia trocar por um navio maior e Horus poderia ser cuidado por outros sobreviventes. Logo depois de ter acontecido o canal grande e o pequeno, produziu-se o primeiro choque sísmico verdadeiro. A terra foi jogada para os céus, enquanto uma intensa luz cintilante atravessou o céu antes de desaparecer nas águas, em dantescas chamas saltitantes. Horus não se deu conta de nenhuma destas convulsões da terra, pois estava inconsciente.

         Durante esse dia —dia que aparentemente nunca chegava a seu fim (27 de julho)—, o destino de Aha-Men-Ptah ficou selado. No extremo meridional do continente que se afundava, flutuavam os Mandjits considerados como impossíveis de afundar-se e agora chegara o momento de provar sua reputação. No Ocidente, o céu ainda brilhava com uma cor púrpura, por causa dos acontecimentos produzidos pelo cataclismo. Mas na verdade era o Oeste? Avistava-se uma tormenta, entretanto, ondas de vários metros de altura estouravam contra os Mandjits. A água entrava pelos ocos das embarcações fazendo difícil que estas se mantiveram direitas. Logo depois de um período relativamente tranqüilo, a violência voltou a desatar-se. Desta vez foi um ciclone e alguns dos navios de papiro fizeram-se migalhas. Nestas enormes massas de água, os capitães sobreviventes dos navios trataram de lutar contra o terror da natureza. Ainda não tinham ultrapassado o limite do impossível. No céu púrpura que agora estava tranqüilo, de repente viram sair o Sol com movimentos abruptos e observaram-no com angústia. Aferraram-se aos corrimões dos navios para certificar-se de que ainda estavam a bordo. Uns minutos mais tarde, o Sol voltou a desaparecer e sobreveio a noite. Para seu assombro, as estrelas também adotaram esse ritmo rápido; logo a Lua apareceu e se moveu com tal velocidade pelo céu que parecia que se chocaria com a frota. A noite inteira sobreveio em menos de uma hora. Ninguém sabia o que estava acontecendo, ninguém podia dizer se este dia seria seguido por outro ou não. 

O horizonte se manteve cor carmim, com uma claridade sobrenatural, fantasmagórica e enigmática. Todos pensavam que seu final chegara, como assim também chegara o fim do mundo, por obra de titânicos terremotos. Tudo se fora, exceto a bruma.

         No horizonte a calma reinava outra vez. Um jorro de pedras incandescentes foi lançado na lonjura e o mar turbulento se acendeu. Enquanto caía uma chuva de fogo, os sobreviventes se deram conta de que presenciaram as últimas convulsões de Aha-Men-Ptah. Para muitas pessoas era muito duro de acreditar, pois por gerações e gerações sua terra fora o centro do mundo e agora caía em pedaços, mesclando-se com as águas que se elevavam, abandonando-os. Os que tinham boa vista puderam ver através de uma névoa púrpura que as últimas montanhas desapareceram sob as águas. Nada ficara! Nada!

         Este afundamento elevou o nível das águas. Uma onda gigantesca, de doze metros de altura e vários quilômetros de largura se aproximou envolvente para eles, destruindo tudo por onde passava. Centenas de pessoas foram jogadas no mar mas, felizmente, muitos se ataram aos mastros, com as cordas que penduravam das velas. Isis e Horus ataram-se sujeitos em seu navio perdido, igual a Nepthys, Nut e seus companheiros. E Seth também! Ele planejou para escapar e agora procurava os "Filhos da Rebelião".

         Enquanto isso, Horus começou a desenhar estratégias tratando de esquecer sua insuportável dor. Não se salvaria permanecendo em seu navio; a fim de sobreviver, devia escolher um lugar do destino onde pudesse desembarcar sem perigo. Perguntava-se como poderia acontecer tudo isto. Do "Mestre das Combinações Matemáticas Celestiais" tinha aprendido que a Terra era uma esfera, igual à Lua e o Sol. A observação, seguida por minuciosos cálculos de figuras geométricas formadas pelos planetas e os corpos celestiais, revelaram uma única lei universal, a qual conduziu a este grande cataclismo. Mas a Terra continuaria existindo, embora destruída em sua maior parte pelos acontecimentos. Isto era algo esperançoso.

         De repente, Horus se deu conta de que os Mandjits não se manteriam a flutuação. Foram tratados com betume e este já estava derretendo por causa do calor. Logo começariam a ter infiltrações e desapareceriam nas profundidades. Depois deste descobrimento, voltou a dormir e encher-se de sonhos. Perguntava-se por que os sacerdotes apontavam à falta de crença como a causa principal do cataclismo. Acaso seu Criador não sentia nenhuma piedade por eles? Ele teria que começar tudo de novo para poder compreendê-lo. Um grito de sua mãe o devolveu à realidade. Abriu o olho que restara, que por certo tinha severas feridas, e através da bruma perguntou: "Há algum problema com os Mandjits, mãe?"

         "Não, é o dia, o qual aparentemente está começando pelo lado correto".

         "Pelo lado correto? Isso é impossível! Isso seria possível só se estivéssemos na direção equivocada".

         "Por certo que é o Este, Horus, porque há terra visível no Oeste".

         A nova adivinhação deixou Horus perplexo; já era hora de encontrar uma solução para todos estes acontecimentos apocalípticos. Um clamor angustiante provinha de todos os navios quando viram este inexplicável movimento do Sol. Todos estavam aterrorizados. Mas o dia transcorreu com o Sol do lado equivocado, sem que nada acontecesse e a paz foi restituída. Isis mudou a roupa e foi reconhecida por seu povo. Quando estiveram perto, ela falou com voz estentórea: "Falo- com todos, se estiverem dispostos a viver em paz com Deus, quem os criou a sua imagem, então uma segunda pátria os aguarda: Ath-Ka-Ptah. Ali, os raios de um segundo Sol se encarregarão de nossa ressurreição".

         Em outro navio, Nepthys pensava. Na proa se encontrava o corpo de seu querido irmão, envolto a salvo no couro do touro. De repente ela "viu" uma pessoa morta! Algo que não tinha como explicar...

         Então se encheu de regozijo; compreendeu que um milagre se produziu. Frente a ela, Osiris apareceu no céu estrelado. Ele, que tinha nascido como um Deus e associado com esta constelação, renascia no céu! Seu Pai, para lhes fazer saber de sua onipresença em toda circunstância, deu vida outra vez a seu Filho!

         Nepthys não sabia por que, mas de repente se sentiu cheia de confiança em si mesmo.

         Aqui a história dos mortos da Atlântida chega a seu fim. Todos os fatos estariam entretecidos mais adiante na religião egípcia.”
PÁGINA 51. LIVRO -  A profecia de Órion 
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