O início da operação do Projeto Santa Quitéria (CE), de exploração de urânio e fosfato pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a privada Galvani, será postergado em três anos, para 2016. Orçada em US$350 milhões, a unidade poderá produzir até mil toneladas de urânio por ano. O atraso está ligado a problemas no licenciamento ambiental, que só deverá ser concluído no fim deste ano pelo Ibama. Com isso, o projeto não ficará pronto a tempo para suprir o início de operação de Angra 3, que exigirá mais 350 toneladas do combustível, explica Luiz Filipe da Silva, assessor da presidência da INB. "O suprimento terá que vir da fábrica de Caetité (BA), cuja produção será duplicada", diz Silva. O processo que elevará a capacidade da unidade baiana a 800 toneladas por ano já está em curso. Aguarda, contudo, licenças como as de lavra subterrânea e de ativação de um novo depósito. Só estará 100% em 2014, e não 2012 como previsto de início. Segundo Silva, o quadro só não gera grandes riscos porque o ritmo de construção de novas usinas nucleares está menos acelerado após o acidente de Fukushima, no Japão. "Até 2020 só teremos Angra 3 entrando em atividade. Se houvesse uma quarta usina antes disso, ficaria mais complicado", diz. Em 2011, o Brasil produziu 310 toneladas de urânio. O volume supera as 200 toneladas de 2010, quando exigências da Comissão Nacional de Energia Nuclear emperraram a renovação de uma bacia de rejeitos em Caetité. Fica abaixo, porém, das 406 toneladas de 2009. Em 2012 a meta é retomar esse patamar, se não houver interrupções.
Negócios & CIA
O Globo - 07/01/2012
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