Efeitos agudos
da Radiação
São
efeitos observáveis em horas, dias ou semanas, em um indivíduo exposto a altas
doses de radiação em um curto intervalo de tempo. Os efeitos consideráveis da
chamada síndrome aguda da radiação variam entre náuseas, vômitos,
prostração, perda de apetite, febre, hemorragias dispersas, queda de cabelo,
forte diarréia e leucopenia (diminuição de glóbulos brancos no sangue).
Dependendo da dose recebida de radiação e da resistência do indivíduo, as consequências
podem ser fatais, resultando na morte da vítima, principalmente se houver a
ingestão de um radioisótopo. (GOLDEMBERG, 1997; OKUNO, 1998; OKUNO,CALDAS e
CHOW, 1982)
A
ingestão do césio-137, por exemplo, resulta em uma síndrome aguda da radiação que
pode ser fatal, principalmente pelo fato do césio-137 substituir o potássio nos
tecidos vivos já que eles são semelhantes e pertencem à mesma família dos
metais alcalinos. Os sistemas de órgãos mais importantes afetados na síndrome
aguda de radiação encontram-se na tabela 4 abaixo.
(OKUNO,
1998; USBERCO e SALVADOR, 2000)
Fatores que contribuíram para o acidente
No
dicionário, o verbete “Acidente” é assim classificado: “sm. 1. Acontecimento
casual, imprevisto. 2. Acontecimento infeliz, casual ou não, de que
resulta ferimento, dano, etc; desastre.” (FERREIRA, 2001)
Com
base na definição acima, deduz-se que o ocorrido em Goiânia não se enquadra em
acidente, adequando-se mais ao que significa o vocábulo “negligência”: sf.
1. Desleixo, incúria. 2. Indolência.”. Corroborando essa tese,
estão diversos fatores pré-acidente que poderiam ser facilmente evitados.
Portanto, para uma melhor compreensão da história do fato, devemos relatar
alguns detalhes que foram essenciais para o seu desenrolar, a começar pelo
local do ocorrido, o Instituto Goiano de Radioterapia Clínica (IGR). (FERREIRA,
2001; WOJTOWICZ, 1990)
Realmente "acidente" não é a melhor definição para o ocorrido. Seria, em minha opinião, um misto de ingenuidade com ignorância...