Desde segunda-feira, 23 de janeiro, analistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estão reunidos com autoridades japonesas para avaliar a segurança das usinas nucleares do país. A expectativa do Japão é que os especialistas emitam uma recomendação à Agência Nacional de Segurança Nuclear japonesa (Nisa) sobre a eventual conveniência da reabertura dos reatores da usina.
A missão seguirá até o dia 31 deste mês e foi solicitada pelo governo local, que já pediu ao órgão que instale um escritório permanente em Fukushima. Segundo comunicado, durante a visita, os especialistas farão uma avaliação e testes de resistência nos reatores da central de Oi.
“Iremos realizar uma avaliação, que eles [governo japonês] pediram, às metodologias e abordagens para testar a segurança dos reatores nucleares”, disse aos jornalistas James Lyons, o responsável pela equipe da AIEA.
Apesar disso, Lyons informou que não fará qualquer determinação quanto à volta do funcionamento das usinas. “Não nos vamos concentrar em dizer se é, ou não, aceitável que alguns dos reatores voltem a funcionar. Isso é uma responsabilidade do governo japonês”, afirmou.
Desde o acidente em Fukushima, em 2011, vários reatores do país foram parados por medida de segurança. Posteriormente, outros tiveram suas atividades suspensas para revisões obrigatórias por lei.
Desde o início da crise nuclear no país, que tinha um terço da energia proveniente de centrais atômicas, cerca de 85% dos 56 reatores japoneses permanecem parados. Até que superem os testes de resistência e obtenham autorização do governo japonês, nenhum reator poderá retornar suas operações no país.
Aumento da radiação
Enquanto o governo tenta retornar com a produção de energia nuclear, a operadora Tokyo Electric Power (TepCo) informou que a quantidade de substâncias radioativas emitidas pela central nuclear japonesa de Fukushima aumentou em janeiro por causa dos trabalhos de remoção dos escombros.
Segundo a operadora, o volume de material radioativo emitido pela central durante o primeiro mês de 2012 foi de cerca de 70 milhões de becqueréis (unidade de medida de radiação) por hora, contra os 60 milhões horários registrados em dezembro. Logo após o acidente na central, o nível da radioatividade medido no local atingia os 800 bilhões de becqueréis por hora.
O Japão ainda enfrenta crises no setor alimentar causadas pela radiação. Nesta quinta-feira (26), a principal cooperativa agrícola de Fukushima informou a proibição do cultivo de arroz nas áreas onde as colheitas do ano passado registraram níveis excessivos de césio radioativo por causa da crise nuclear.
De acordo com a organização, não haverá cultivos nos locais onde foram detectados níveis de radiação superiores a 500 becqueréis por quilo em 2011. No entanto, as regiões onde foram detectados mais de 100 becqueréis de césio radioativo poderão ser cultivadas quando a terra for despoluída e o risco dessas reduzido.
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