Rio
de Janeiro, 16 de Fevereiro de 2012
Fukushima marcou o ano de 2011. Recordo que de 11 de Março em diante, com as informações contidas nas imagens divulgadas, era uma das poucas pessoas que realmente concebia o que
estávamos passando em tempo real. As informações que me fizeram arrepiar as
espinhas em Março, só vieram a público meses depois, quando a situação estava aparentemente controlada, ou seja,
anunciavam as decisões já tomadas.
A verdade dos fatos, dentro da temática do nuclear, é sempre restrita. Em Fukushima se tornou mais
difícil esconder a dimensão da gravidade quando meses depois, os maiores de 60 anos podiam se alistar
para trabalhar na contenção do desastre. Situação muito diferente dos homens de
40 anos e sem familiares que o governo brasileiro buscou para trabalharem com a limpeza dos
resíduos da tragédia com o césio 137, em Goiânia. O quanto menos a população conhece sobre radioatividade menores são suas exigências de segurança. Uma realidade perigosa e criminosa!
Os danos que envolvem o invisível são perigos concretos, como no caso das usinas
nucleares. Visitar Chernobyl é poder caminhar em uma floresta até uma placa,
dizendo que daqui para frente a radiação não permite continuar. A disciplina e
organização são primordiais para tais momentos. Do leste da Europa, em 1986, vinham frases diretas aos governos,
dizendo: “Se eles mentem para nós todos os dias do ano, em diversos assuntos,
porque justo agora, no auge da crise, estarão falando a verdade?”. Alguém,
hoje, reformularia essa frase?
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